QUINTA DA ALORNA
“Eu chegava a estar em
O MARQUESA DE ALORNA GRANDE RESERVA 2015 EMERGIU COMO O MELHOR VINHO BRANCO NO CONCURSO GRANDES ESCOLHAS, EM QUE 400 VINHOS FORAM AVALIADOS EM PROVA CEGA
feiras de vinhos e dizerem-me: ‘Tejo? Nem quero provar isso’”, recorda a enóloga Martta Reis Simões no jardim da Quinta da Alorna, perto de Almeirim, onde faz vinhos há 14 anos. As coisas eram diferentes. Até há poucos anos, os vinhos do Tejo não tinham a melhor reputação. Privilegiava-se a quantidade e não a qualidade, mas já não é assim. A 28 de Outubro, por exemplo, o Marquesa de Alorna Grande Reserva 2015 emergiu como o melhor vinho branco no Concurso Grandes Escolhas, em que 400 vinhos foram avaliados em prova cega. Mesmo na Alorna, os processos eram diferentes, diz Martta, de 38 anos. “A equipa era envelhecida. Eu era uma miúda. Sempre me respeitaram, mas nos primeiros anos foi complicado...” A quinta fica numa zona de transição entre dois tipos de solos: a Charneca e o Campo. “Não é bem aquele solo forte da Lezíria [entre Alcochete e Vila Franca de Xira] mas também não é a areia seca da Charneca, a seis quilómetros daqui, onde também temos vinha”, explica a enóloga nascida nos Estados Unidos (daí os dois tês no nome). Nos 45 hectares da quinta a aposta foi em castas brancas como a Verdelho, Moscatel, Arinto e Marsanne. Em 2012 plantaram novas castas, das quais resultou um Reserva de Viognier e Alvarinho e um monovarietal de Sauvignon Blanc. As uvas desta zona são misturadas com as da Charneca. A junção de terroirs potencia as características das bagas, diz. “O terroir da quinta dá mais frescura, enquanto na Charneca há mais complexidade aromática.”