SANT’ANA: A QUINTA DO INGLÊS
É por causa dos sogros
que James Frost, de 52 anos, produz vinho na Quinta de Sant’Ana, a 12 quilómetros de Mafra, onde todos os meses recebe entre 200 e 300 ecoturistas. Antigo militar do exército britânico, James estava destacado na Alemanha quando conheceu Ann, a mulher com quem viria a casar e ter sete filhos –todos rapazes e todos criados na quinta, hoje têm entre 7 e 28 anos. Foi nos anos 60 que os sogros alemães de James adquiriram esta quinta centenária com adega, capela, estábulos e um pequeno prado por onde o vinhedo se estende. Nos 11,5 hectares da quinta escondem-se jardins e um bosque. Em 1974, com a Revolução, voltaram para a Alemanha. “Comprámos a quinta aos meus sogros em 1992 e começámos por fazer turismo rural”, conta James, salientando que o enoturismo só surgiu mais tarde, quando iniciaram o projecto de viguês nhos. O turismo de habitação, esse continua. “O desafio maior foi saber por onde começar, qual o caminho a tomar para termos retorno rápido. Falar portu- também foi complicado”, admite. Hoje, a Quinta de Sant’Ana produz seis vinhos monovarietais de castas brancas, um “misto de estrangeiras com autóctone, com ênfase em castas de climas frescos por causa da influência do Atlântico”. Riesling, Alvarinho e Verdelho são as castas de eleição para James Frost. A Riesling, de origem alemã, surgiu por sugestão do enólogo António Maçanita. “Foi uma boa aposta, dá-se muito bem aqui”, conta. Nos tintos, o Pinot Noir, casta conhecida por obter melhores resultados em climas frios, entra em lotes com Touriga, Merlot e Aragonês. Por ano saem 50 mil garrafas. A prova de vinho com almoço pode custar 70 a 80 euros por pessoa. “No pacote Wine Lovers damos a provar dois vinhos brancos, dois tintos e um rosé. Fazemos uma visita guiada na qual contamos a história da quinta e provamos vinhos”, detalha James. A visita não se fica por aí: “Depois vamos para a vinha e provamos os brancos. Na adega, falamos da vinificação, das castas e de como os vinhos são feitos – e então provamos os tintos.”