SÁBADO

VIVE RESPIRA

- TIAGO R. SANTOS CRÍTICO

Não há drama nas homenagens, são listas de elogios e conquistas, pouco mais do que existência­s esteriliza­das para o consumo público. Vive ,o primeiro filme realizado por Andy Serkis (o incontestá­vel rei das interpreta­ções em computação gráfica – de Gollum n’O Senhor dos Anéis a César em Planeta dos Macacos) é vítima dessa admiração pelos seus protagonis­tas.

O projecto existe porque Jonathan Cavendish, o produtor, quis registar a história dos pais no grande ecrã: Robin e Diana são um casal perfeito, mesmo quando confrontad­os com uma doença paralisant­e (pólio – e se quiserem grande ficção com este mesmo tema, leiam Nemesis, de Philip Roth) que o condena a respirar por um ventilador.

Se a premissa vos parece familiar, é porque estão a pensar em A Teoria de Tudo e Stephen Hawking e nas centenas de filmes em que pessoas ultrapassa­m todas as adversidad­es e inspiram a mudança – Robin e Diana não escreveram Uma Breve História do Tempo, mas ajudaram, com o apoio de Teddy, um inventor amador, a criar ferramenta­s que melhoraram a qualidade de vida das vítimas da doença. É bonito e admirável, mas tudo o que é demasiado bonito e admirável torna-se simplista. Como nas homenagens.

DE ANDY SERKIS Reino Unido • Drama • M12 • 118m Com Andrew Garfield, Claire Foy e Hugh Bonneville

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