A ADEGA DO CERVEJEIRO
A história de Pegões começou quase como uma experiência de Salazar. Um dos primeiros colonatos surgiu aí, devido à doação de terras do cervejeiro José Rovisco Pais. Foi ele o responsável pela criação da adega que hoje tem mais de 700 prémios, 1.150 hectares de vinha e 90 cooperantes activos. “Produzimos cerca de 12 milhões de quilos de uva anualmente. Temos vindo sempre a crescer, cerca de 10% por ano”, diz o enólogo e gerente da Adega de Santo Isidro de Pegões, Jaime Quendera. Rovisco nunca fez vinho. Após a sua morte doou a herdade de Pegões, com sete mil hectares de terra, aos hospitais civis, e instituiu-se o colonato de Santo Isidro de Pegões nos anos 50. “Foram criadas 204 casas que os colonos – seleccionados previamente, católicos, casados, etc. – tinham direito e podiam explorar o terreno.” A cooperativa era só para os colonos. Deixou de ser só deles e passou a ser de todos depois do 25 de Abril. Mas a Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões passou por maus bocados e esteve perto da falência, até que em 1991 o presidente Mário Figueiredo juntou-se com sócios mais fortes e disse “ou fechamos ou investimos”. Foi contratado o enólogo consultor João Portugal Ramos e Quendera como assistente. Hoje são um dos maiores produtores da região – com uma facturação de 18 milhões de euros, e exportações de 35%. “Temos sol, calor, logo maturação e bom vinho. Temos água e como estamos perto do mar isso torna os vinhos mais frescos e distinguem-se em prova cega. Porque se não fosse em prova cega, se fosse a ver a marca, não ganhávamos nada.”
COMEÇOU COMO COOPERATIVA AGRÍCOLA E TRANSFORMOU-SE NUM DOS MAIORES PRODUTORES DA REGIÃO, COM 700 PRÉMIOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS