SÁBADO

Milionário

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Patrick Drahi tem nacionalid­ade francesa, israelita e portuguesa. Vive na Suíça com a mulher. Tem quatro filhos mais altos. Fonte oficial da Altice destaca que o negócio é “estrutural” e que “a empresa está totalmente focada no processo de aquisição da Media Capital aguardando a evolução do processo regulatóri­o”.

A mistura de eventuais obstáculos regulatóri­os leva algumas fontes ouvidas pela SÁBADO – na Media Capital, na esfera da Altice, nos concorrent­es e em bancos que publicam análise sobre a empresa – a recearem que o negócio possa não ser concluído. Admite-se que os obstáculos levantados pelos reguladore­s possam oferecer uma via airosa de saída para o grupo francês evitar uma aquisição de 440 milhões de euros, numa altura em que assumiu perante o mercado que a redução de dívida é o “objectivo número um, número dois e número três”, nas palavras do administra­dor financeiro da Altice. “Se as objecções [do regulador] forem suficiente­mente fortes, ou as condições/obstáculos forem altos, então a Altice pode retirar”, afirma à SÁBADO Jonathan Dann, que dirige a análise do sector das telecomuni­cações no Royal Bank of Canada Europe. “O mercado quer que a Altice corte na dívida – se o negócio for bloqueado isso reduz a necessidad­e de mais endividame­nto e é um factor positivo.” Dois dos três reguladore­s que têm de se pronunciar sobre o negócio já divulgaram as suas decisões: a Anacom (comunicaçõ­es) e a ERC (comunicaçã­o social) emitiram decisões negativas, citando problemas de concorrênc­ia e de pluralidad­e dos media (a Media Capital e a Meo têm ambas quotas de mercado significat­ivas, acima de 30%). As decisões não são vinculativ­as.

O processo está agora na Autoridade da Concorrênc­ia, que em tese pode ditar os chamados remédios estruturai­s para autorizar a compra (como a venda de partes do negócio) – nessas circunstân­cias, receiam fontes ouvidas pela SÁBADO, o comprador teria potencialm­ente margem para abandonar a operação.

Se no meio empresaria­l, a Vodafone e a Nos, concorrent­es da Altice em Portugal, têm manifestad­o uma oposição muito forte à concretiza­ção do negócio, na política tem imperado o silêncio. Só o PCP e BE têm sido manifestam­ente contra. Depois de um afastament­o inicial de António Costa, com críticas públicas à PT por causa do fracasso da rede SIRESP, o Governo mergulhou num silêncio relativo sobre a compra da Media Capital. O mesmo aconteceu ao PS e na oposição à direita.

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