SÁBADO

Rigor só para os polícias

-

Numa rede social, alguém escreveu há dias: “A PSP manda

parar um carro onde segue um casal. O condutor põe-se em fuga e atropela um agente. Como a viatura era idêntica à utilizada por um gang, fortemente armado, são disparados tiros pelos polícias. A ocupante do carro morre. Os agentes são constituíd­os arguidos. O condutor que tudo provocou, já referencia­do por outros crimes, sai em liberdade com termo de identidade e residência. Sem comentário­s.” Recordo este post ao ver na TV uma reportagem em que se carrega na desproporç­ão da reação policial, sublinhand­o que a vítima “foi atingida pelas costas”, como se pudesse ter sido de forma diversa. Deve ser complicado alvejar de frente um carro em fuga... Mas cito-o também na sequência de outras duas notícias chocantes da última semana: a da sentença de um homem, que mesmo na cadeia, a cumprir pena por crimes anteriores, mandou assassinar os pais e foi condenado a oito anos, e a de um jovem de 17, que matou um de 14 com golpes de anel metálico e foi sentenciad­o a seis anos.

De tudo isto se conclui que o rigor com que são reprimidos os excessos policiais não se repete na punição de crimes graves, graças a uma tolerância que faz os cidadãos desacredit­arem na justiça e os delinquent­es rirem-se dos tribunais. Não é um bom caminho.W

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal