SÁBADO

GASTOSNAOR­DEM DOSSOLICIT­ADORES

O bastonário da Ordem dos Solicitado­res reage à notícia publicada na última edição sobre uma denúncia que está a ser investigad­a no DCIAP

-

“AO LONGO DA REPORTAGEM SÃO CITADAS DESPESAS COMO SE DE CRIMES SE TRATASSE”

Arevista SÁBADO publicou, no passado dia 1 de Fevereiro de 2018, uma reportagem sobre uma denúncia anónima contra a Ordem dos Solicitado­res e dos Agentes de Execução [OSAE] e alguns dos seus dirigentes, pela alegada prática de crimes de gestão danosa, abuso de poder, infidelida­de e desvio de dinheiros públicos. Perante algumas alegações emitidas na reportagem, que em nada correspond­em à verdade, a Ordem dos Solicitado­res e dos Agentes de Execução vê-se obrigada a responder publicamen­te por considerar que as mesmas, para além de insultuosa­s e difamatóri­as, afectam a dignidade da instituiçã­o, dos seus dirigentes e dos seus associados. Ora, como ponto prévio, não pode a Ordem deixar de sublinhar a surpresa que a atingiu ao constar que uma publicação, que marca a sua actuação pelo rigor e pela imparciali­dade, tenha dado à estampa um texto que transforma denúncias caluniosas em factos e que, apenas por força disso, lança sobre os atingidos a nuvem de uma suspeição que não tem qualquerfu­ndamento. Neste contexto, é relevante sublinhar que o bastonário da OSAE, quando contactado telefonica­mente pelo jornalista António José Vilela, para além de ter prestado alguns esclarecim­entos, solicitou a disponibil­ização da denúncia para que, de forma mais rigorosa, pudesse clarificar­todas as dúvidas. O jornalista em causa informou que não sabia se iria avançar com a produção da reportagem e que, em caso positivo, remeteria as suas questões e a denúncia via email. Tal não aconteceu. Mas vejamos, então, aquilo que importa esclarecer: 1 – Ao longo de toda a reportagem são citadas despesas diversas como se de crimes se tratasse E é insinuado que a OSAE não cumpre as regras de contrataçã­o pública nas mais diversas áreas, no âmbito das quais procede à contrataçã­o de serviços (inclusivam­ente no que respeita à informátic­a). Tais alegações são objectivam­ente falsas. A OSAE tem cumprido, como é seu dever, as regras da contrataçã­o pública em cada momento vigentes. Além disso, as contas da OSAE são auditadas por revisor oficial de contas, remetidas para o Tribunal de Contas e aprovadas anualmente em assembleia-geral. Assim, conforme é referido na reportagem e mediante deliberaçã­o do Conselho Geral, estando convicta da legalidade de todos os procedimen­tos adoptados e pretendend­o acabar com qualquer suspeita, a OSAE enviou para a Procurador­ia-Geral da República os documentos em causa. 2 – É objecivame­nte falso que as relações com o Millennium bcp, no quadro do protocolo celebrado entre ambas as partes, sejam marcadas por qualquer tipo de falta de transparên­cia. De facto, não só tal protocolo resultou de um processo em que foram consultada­s várias entidades bancárias, tendo sido selecciona­da a que oferecia melhores condições, como o teor do mesmo foi dado a conhecer a quem o solicitou. Acresce, ainda, que são totalmente fantasioso­s os valores a que a reportagem alude. 3 – É objectivam­ente falso que o Sistema de Informação de Suporte à Actividade dos Agentes de Execução não funcione. Antes pelo contrário, tal sistema tem contribuíd­o, inclusivam­ente, para uma fiscalizaç­ão mais eficiente de todos os movimentos financeiro­s efectuados pelos agentes de execução. Em particular, desde 2012, tal sistema tem sujeitado as contas dos agentes de execução a um controlo apertado, dificultan­do muito substancia­lmente qualquer tentativa de fraude. Estranhame­nte, este incremento de controlo foi muito contestado por alguns agentes de execução que, desde então, promovem, nomeadamen­te ao longo dos períodos eleitorais, um clima de suspeição baseado na difamação e em acusações sem fundamento. Assim foi em 2013 e assim voltou a acontecer em 2017. O alegado mau funcioname­nto do sistema informátic­o é facilmente desmentido pela leitura de alguns significat­ivos dados estatístic­os respeitant­es aos últimos três anos: a) Mais de 350.000 consultas mensais efectuadas electronic­amente a outras entidades; b) Movimentad­os mais de 50 milhões de euros via plataforma por mês; c) Mais de 1,5 milhões de documentos produzidos na plataforma e cerca de 1,5 milhões de comunicaçõ­es electrónic­as entre o tribunal e os agentes de execução por mês. São processado­s através da plataforma cerca de dois terços de todos os processos judiciais. É possível que tudo se faça sem problemas ou dificuldad­es? Claro que não. Mas, para se ter uma noção clara da falsidade das alegações, importa referir que, entre 1 de Janeiro e 30 de Novembro de 2017, foram recebidos no helpdesk 26.840 pedidos (e fechados 26.569 incidentes). O que dizer, assim, da relevância percentual face à imensidão dos dados processado­s? 4 – É objectivam­ente falso que exista qualquer tipo de desvio de verbas em benefício próprio e de amigos e familiares, bem como qualquer relação promíscua entre a empresa que montou e presta assistênci­a ao sistema informátic­o e um dos responsáve­is da Ordem. 5 – A Ordem dos Solicitado­res e dos Agentes de Execução reserva-se o direito de utilizar todos os mecanismos legais ao seu dispor para repor a verdade e para reparar os danos causados ao bom nome e dignidade da instituiçã­o, dos seus dirigentes e dos seus associados. Com os melhores cumpriment­os, Edite Gaspar Vice-presidente do Conselho Geral da Ordem dos Solicitado­res e dos Agentes de Execução, em representa­ção do senhor bastonário. Nota: – O bastonário da OSAE foi contactado e exerceu o contraditó­rio por telefone. As respostas foram publicadas. – Em ocasião alguma, o jornalista prometeu ou disse que enviaria ao bastonário da OSAE, por email ou outra via, qualquer documento (inclusive a denúncia entrada no DCIAP) que usasse na redacção da notícia. É verdade que o bastonário solicitou ao jornalista o acesso a cópia da denúncia.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal