CONHECER E OUVIR AS TERRAS SEM SOMBRA
Conhecer monumentos e tradições musicais e gastronómicas alentejanas e ouvir música antiga, em fins-de-semana únicos, é o que propõe, mais uma vez, o Festival Terras Sem Sombra, que na sua 14.ª edição – com foco na Hungria, país convidado por ser “muito musical, com vasto património histórico e o único lugar, além da Península Ibérica, onde há abetardas comuns a voar – reforça o “namoro incompreendido” entre a música clássica e sacra, considerada erudita, e as tradições culturais alentejanas, com a sua gastronomia e o tradicional cante alentejano, áreas mais populares: onde muitos viam uma divisão rígida, na verdade invisível, os criadores do festival observaram pontos em comum e, em 2003, o Terras Sem Sombra arrancou, segundo o seu director, José António Falcão, com “a intenção inicial de trazer nova vida aos monumentos alentejanos”, com a música sacra a servir de banda sonora. Desde então, já passou por 15 localidades, de 12 concelhos do Alentejo. “Vinculado à música”, que Falcão considera, citando o pianista Adriano Jordão e pensando nos ensinamentos de Kodály, “um direito inalienável” como habitação, água, ou saúde”, o festival aposta no património, tanto pelo seu valor cultural como pela sua acústica. Assim, de 17 de Fevereiro a 7 de Julho, haverá 11 destes fins-de-semana especiais no Alentejo, com visitas guiadas a monumentos nas tardes de sábado, concertos de música clássica (no mesmo local), à noite, e actividades de preservação da biodiversidade aos domingos. Espreite o cartaz.