SÁBADO

O CINEMA NÃO MORREU: CRÍTICA E CINEFILIA À PALA DE WALSH A PAIXÃO DOS OUTROS

- ANDRÉ SANTOS CRÍTICO

Em 2012 Luís Mendonça, Carlos Natálio e João Lameira encontrara­m-se para um café (não se conheciam) e imaginaram um site que, desde então, se tornou referência para os amantes de cinema: À Pala De Walsh .Ostrês–e quase todos os que se juntaram depois – têm uma ligação académica ao cinema/imagem ou ao jornalismo. Para celebrar os cinco anos desse acontecime­nto, e a convite da Livraria Linha de Sombra (a livraria da Cinemateca), que inicia a aventura no mercado editorial com este lançamento, Carlos Natálio, Luís Mendonça e Ricardo Vieira Lisboa compilaram a viagem de alguns textos do seu projecto virtual para o papel. O Cinema Não Morreu: Crítica e Cinefilia À Pala De Walsh é um livro a várias vozes (22 autores diferentes), com artigos dos regulares e muitos de convidados, alguns são críticos de cinema com anos de ofício. Mais do que um mero site de cinema, ou de escrita sobre, o À

Pala De Walsh tornou-se um espaço de partilha, de convívio e de celebração da paixão individual – e colectiva – por uma arte, que ali encaixa sempre como arte, mesmo quando o mundo exterior desafia esse conceito e insiste na ideia de entretenim­ento. Que não é negada, mas é o cinema que vence.

O entusiasmo que se vive nas páginas virtuais salta para o livro: aliás, é curioso ler como alguma ingenuidad­e, medo, vai sendo vencido por alguns autores ao longo do tempo. Há paixão e desencanto pela carreira de Wong Kar-Wai, lições de cinema em volta de James

Wan e o seu The Conjuring 2 – A Evocação, uma carta de amor a Xavier ,de Manuel Mozos, ou a resposta a “o que é um transfilme”.

O cinema passou a ser a vida de alguns deles como, por exemplo, nos casos de Luís Mendonça, cuja tese de doutoramen­to, Fotografia E Cinema Moderno: Os Cineastas Amadores do Pós-Guerra (editada no ano passado pelas Edições Colibri), é uma excelente leitura sobre imagem; ou Ricardo Vieira Lisboa, que já levou algumas das suas curtas, belos exercícios em torno de cinema, a festivais de cinema.

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Wong-Kar Wai, o mais aclamado realizador de Hong Kong, despertou paixão, mas também desilusão, nos autores da obra
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TTTTS VÁRIOS AUTORES Ed. Livraria Linha de Sombra • 368 págs. €18
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