SÁBADO

O CÓDIGO É SOBREVIVER

- TEXTO ALEXANDRA PEDRO

Abriu em Lisboa um ginásio que tem um sistema de som e luzes para aumentar a intensidad­e das aulas de fitness e desportos de combate. Fomos experiment­á-lo. Apresentam­os-lhe o The Code.

A TORMENTA DOS GINÁSIOS assombra-me há muito. Nunca me foi fácil entender as viagens nas passadeira­s sem estar ao ar livre, a busca pelos alteres mais pesados e – o supra-sumo da minha revolta – ter de trabalhar quase especifica­mente cada músculo do corpo. O ginásio sempre foi, portanto, um espaço de incógnitas para mim. De há uns anos para cá vim fazendo as pazes com estes locais, muito devido à crescente largura da minha anca. Foi tentando não alimentar preconceit­os que recebi a notícia da abertura do The Code, junto ao Estádio Universitá­rio, em Lisboa. Chegando lá percebi que não serviria de nada, de facto, ter levado os meus preconceit­os para este ginásio. O The Code é diferente de tudo – tem apenas duas salas e nenhuma delas parece típica de um ginásio. O espaço não tem janelas, a iluminação é propositad­amente escura e tem apenas três tipos de aparelhos. Mais: os balneários estão equipados com tudo aquilo de que precisa, até cremes hidratante­s e água micelar. A sala Combust está equipada com 20 passadeira­s – sem motor, funcionand­o apenas com a força do corpo – e caixas de treino funcional. Ana, a especialis­ta, conduziu-nos com exercícios intercalad­os entre as passadeira­s e as caixas. Tudo isto feito no escuro – só com leves luzes azuis, vermelhas ou amarelas – e com músicas escolhidas ao pormenor. Foi, aliás, pela música que Ana nos foi dando os exercícios. Na passadeira, gritava: mais rápido, força, costas direitas, aguenta, postura. E nós, aprendizes, seguíamos as suas palavras, ora com um ritmo mais rápido ora com a sensação de que subíamos uma montanha. Nas caixas, o cenário não era mais fácil: pesos livres, bolas medicinais, elásticos de resistênci­a e kettlebell­s acompanhav­am-nos nos agachament­os e exercícios de braço e pernas. O ritmo, esse, não abrandava. Passados os primeiros 20 minutos e já com os batimentos cardíacos na boca, seguimos para a sala Collide, com 40 sacos de boxe. Já com as luvas, a música bem alta, a aula recomeçou: direita, esquerda. Direita, esquerda, direita. Esquerda, direita, pontapé. Os murros tinham de ser fortes, dizia Ana. “O saco tem de mexer”, continuava. A intensidad­e revelou-se superior à capacidade dos meus braços, e nesta aula havia ainda pranchas, flexões e abdominais para fazer. No fim, já depois de suor (e algumas lágrimas, diga-se) veio o momento fun. A ideia era os alunos passarem dois minutos a fazerem com o saco de boxe aquilo que bem entendesse­m. Abracei-me a ele e fiz o que mais me apetecia: descansei. O The Code, que vai abrir um novo espaço também no Saldanha, em Lisboa, já este mês, tem aulas de 45 minutos diferentes todas as semanas (começando às 7h30 e terminando às 20h30). No sábado, tem ainda duas aulas de manhã. Os preços variam entre os €14 (apenas uma aula) e os €250 se optar pelo pacote completo.

 ??  ?? THE CODE AZINHAGA DAS GALHARDAS, LARANJEIRA­S, LISBOA 7H ÀS 22H30 (SÁB. 9H-13; FECHA DOM.) €14(UMAAULA) ATÉ €168,75 (25 AULAS PARA USUFRUIR ATÉ 10 MESES)
THE CODE AZINHAGA DAS GALHARDAS, LARANJEIRA­S, LISBOA 7H ÀS 22H30 (SÁB. 9H-13; FECHA DOM.) €14(UMAAULA) ATÉ €168,75 (25 AULAS PARA USUFRUIR ATÉ 10 MESES)

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