Não é milagre, é genética
Ojornalista Tiago Carrasco já cobriu conflitos, percorreu continentes, entrevistou futebolistas ricos e refugiados sem nada, mas para escrever o trabalho de capa desta semana, sobre genética, teve de estudar (livros, documentários, artigos, entrevistas) para se sentir capaz de escrever para leigos – como ele. “Pensei várias vezes que não seria capaz de escrever o texto”, confessa. Tudo mudou quando viu um apelido “português” (Almeida) num artigo da Science que lhe fora recomendado pelo investigador Luís Pereira de Almeida. Chegou à fala com os Almeida, uns pais cubano-americanos de origem ibérica, e numa segunda-feira à noite estava a entrevistá-los por Skype quando de repente Matteo, um miúdo de 3 anos começou a correr pela sala. Era ele, Matteo, o motivo da conversa. Nem sequer devia estar vivo – e ali estava em correrias. Não é um milagre: é uma revolução proporcionada pela genética, como muitas que pode ler no trabalho que publicamos a partir da pág. 26, e que faz acreditar que não há impossíveis. Ou, como diz a investigadora Maria do Carmo Fonseca, “no limite estamos a caminhar para a imortalidade”.
Águias temperamentais
Maria Espírito Santo ouviu Hugo Sousa, o tratador que está com as águias do novo porto de Lisboa, explicar-lhe que estas aves não atacam com os bicos – “servem só para comer”, “quando atacam é com as garras”. Mas, minutos depois, a águia que tinha no braço deu-lhe uma bicada no lábio. Era uma fêmea – e, disse, as fêmeas são mais difíceis de treinar. Também foi visível que a ave estava incomodada com o fotógrafo Alexandre Azevedo. Quando ele se aproximava o tratador sofria: a águia apertava-lhe mais as garras no braço.
Enigmas do guru
O especialista em Inteligência Emocional Daniel Goleman já esteve em Lisboa duas vezes – a correr. Agora foi ao Porto, também numa visita fugaz, para uma conferência. Ficou cada vez mais convencido a voltar com tempo, com a mulher, para passear. A nossa colaboradora Beatriz Silva Pinto entrevistou-o e não resistiu a perguntar-lhe se também ele se tinha tornado “mais emocionalmente inteligente”. O guru de 72 anos foi surpreendente – e enigmático: “É difícil dizer. Tu escreves acerca daquilo que tens de aprender.” Leia a entrevista entre as páginas 20 e 22.
Mistérios do sexo
Na visita ao laboratório do sexo no Porto (págs. 72 a 76), a jornalista Lucília Galha ficou a saber que, embora não seja suposto os participantes tocarem-se durante as sessões, isso já terá acontecido – e mais do que uma vez. Nunca foi comprovado, mas houve ocasiões em que os índices das “medidas genitais” dispararam de forma anormal para quem só estava a ver um filme com conteúdo explícito. Um mistério por resolver.