MIL: MUITO MAIS DO QUE UM DESFILE DE BANDAS
É no bairro nocturno da moda em Lisboa, o Cais do Sodré, que este ano acontece o MIL – Lisbon International Music Network, que é muito mais do que um festival de música, embora tenha 60 concertos no programa. Já na segunda edição, o evento conta também com um extenso programa profissional, que faz dele uma verdadeira convenção internacional sobre a indústria musical, integrando mais de 30 apresentações, debates, conferências e masterclasses (com destaque para a intervenção de Allan McGowan, editor associado da IQ Magazine ),a decorrer também na vizinhança do Cais do Sodré, no Pólo Cultural Gaivotas (à R. Boavista, 9, R. Gaivotas, 6), de 4 a 6 de Abril, das 10h às 19h – num ambiente ideal para fazer networking , já que junta profissionais diversos da área, de agentes e promotores a artistas, jornalistas e formadores de opinião na área da música. Com o cair da noite, na quarta-feira, 4 de Abril, arranca o programa musical, com uma grande festa à beira-rio, mais concretamente no B.Leza, a partir das 22 horas. Neste espectáculo de abertura, as estrelas são os Boogarins, brasileiros que se têm destacado na cena indie-rock brasileira, mas num formato inédito: a convite da organização, juntaram-se em estúdio, ao longo de 10 dias de residência artística a três projectos de relevo nacionais: os Capitão Fausto, Paus e The Legendary Tigerman. O resultado, à laia de “big band” só poderá ser surpreendente.
Os restantes concertos, na quinta e na sexta-feira, serão distribuídos por alguns dos mais emblemáticos espaços nocturnos do Cais do Sodré – Musicbox, Sabotage, Rive Rouge, Viking, Lounge, Tokyo e Europa –, entre as 19h e a 1h, em ambas as noites. Destaques? Na quinta, as actuações dos portugueses Alek Rein, Best Youth, Ermo, The Poppers, Iguana Garcia, Mr. Gallini ou Moullinex (com o seu aclamado
Hypersex, editado no final de 2017), mas também Black Snake Moan, vindos de Itália, Candeleros e Voicello, de Espanha, Captain Casablanca, da Dinamarca, Chapelier Fou e Corine, de França, ou Le Motel, da Bélgica. Já na sexta, dia 6, desfilam mais umas dezenas, destacando-se os portugueses Chinaskee & Os Camponeses, Gonçalo, Joana Guerra, Luís Severo, Júlio Resende e Keep Razors Sharp, os brasileiros Passo Largo, LaBaq, Cary or not Cary e Aeromoças e Tenistas Russas, os canadianos L. Teez & Aeon Seven, os espanhóis Zulu Zulu e os noruegueses Dark Times.
Ao longo dos três dias será ainda possível assistir a um conjunto de apresentações: do Liveurope – plataforma dedicada à promoção de artistas europeus emergentes –, de festivais (Bananada, SIM São Paulo, Tremor, Milhões de Festa, Bons Sons e Luc Fest), da editora brasileira Mais Um Discos e de várias promotoras de concertos. Além disso, a SACEM (a sociedade francesa de autores), preparou um workshop sobre o percurso de uma obra musical após o seu registo autoral.