O mundo ao contrário
Bem-vindo à escanifobética Taça de Portugal em que nem sempre uma equipa eliminada é meeeeeesmo eliminada
A Taça de Portugal tem um encanto próprio. Atenção, isto não é conversa de chacha. É mesmo assim, a Taça de Portugal é especial. Basta ver os campeões dos últimos oito anos: Porto, Académica, Vitória SC, Benfica, Sporting, Braga, Benfica e Aves. Só se repete uma equipa, o Benfica (o primeiro de Jesus, o segundo de Vitória). Há equilíbrio e rotatividade, qualidades inexistentes na bipolaridade do campeonato nacional – nesse mesmo período de 2011 até hoje, é Porto, Porto, Porto, Benfica, Benfica, Benfica, Benfica, Porto. Duas equipas, só. Na Taça, sete. A diferença é gigantesca. Comprova-o em absoluto o Aves, detentor inédito do troféu com aquele bis de Alexandre Guedes ao Sporting no Jamor (2-1). O problema é o antes. O antes do Jamor. Veja-se, por exemplo, o caso surreal do Vilafranquense. Em 2016-17, é afastado pelo Loures na 1ª eliminatória. Só que entra na fase seguinte para preencher uma vaga deixada em aberto e vai até aos oitavos, afastado em Guimarães. Em 2017-18, é afastado pelo Mafra na 1ª e volta a preencher a tal vaga (faz mais três jogos). Em 2018-19, o mesmo filme: é afastado pelo Caldas na 1ª e reentra na Taça por capricho de um sorteio entre eliminados (o Lourinhanense é outro dos beneficiados). Qual é a lógica? Disso e, já agora, das meias-finais a duas mãos.