Egrégios avós

ideia de um panteão nacional, necrópole laica de vultos notáveis, com túmulos cheios ou vazios (cenotáfios), foi, em Portugal, um projecto maçónico do século XIX, recuperado pelo Estado Novo em 1966. Ironicamente, o autor da ideia, Passos Manuel, não foi sepultado em Santa Engrácia, já no actual regime, por restrições orçamentais.

Há quem prefira cemitérios tradicionais, onde descansem, protegidos pela sua fé, todos os que partem. E para os que, por feitos valorosos, se libertaram da lei da morte, pode desejar-se antes, em memória, um busto ou uma lápide.

Mas a verdade é que o Panteão existe: e ou é uma mera atracção turística, ou precisa de um ambiente digno, que respeite a sua identidade.