Farta do medo
Afastada da TVI desde 2010, a jornalista garante estar bem e critica o actual estado das redacções. “Portugal tem de crescer muito para haver um jornalismo sério”
Já foi há sete anos que Manuela Moura Guedes fechou a porta da TVI e, desde então, muito mudou na vida profissional da jornalista. Construiu uma carreira sólida que teve tanto de positivo como de polémico. Em 2005, foi afastada pela administração da TVI, regressando aos ecrãs apenas três anos depois, tornando-se subdirectora de Informação do canal e coordenadora epivô do Jornal Nacional de Sexta. Mas foiem 2010 que Manuela Moura Guedes se desvinculou por completo da estação de Queluz de Baixo, depois de um longo e complexo processo laboral.
Voltou à RTP, onde esteve de 2013 a 2015, para apresentar Quem Quer Ser Milionário ?, mas, agora, a mulher de José Eduardo Moniz garante que regressar ao pequeno ecrã não faz parte dos seus projectos de vida: “Não penso sequer em voltar à televisão. É uma situação que nem se propicia, portanto, nem tenho pensado nisso”, começa por dizer, TV Guia.
Mas não é só da “caixinha mágica” que Manuela Moura Guedes não sente saudades, pois não se vê a ser jornalista hoje em dia e tece fortes críticas aos seus antigos colegas. “Não sinto saudades do jornalismo. Sinto saudades de ter as condições que um dia tive para fazer jornalismo. Se o pudesse fazer da forma como sempre fiz, aí teria. Mas sei que não há condições. Portugal ainda é um País que tem que crescer muito para haver um jornalismo sério”, lamenta, à nossa revista. Sem pudores, Manuela Moura Guedes acusa os jornalistas de terem “medo”. “É preciso investigar, ir ao fundo das questões… As pessoas têm medo! Os jornalistas têm medo das consequências e precisam de viver, de sobreviver e dos seus empregos. Têm medo que as empresas e os políticos, entre outros, exerçam represálias e que lhes aconteça coisas más.”