Confronto final
O pedopsiquiatra Pedro Strecht não pode voltar a fugir de depor no processo que opõe a estrela da SIC e o ex-político. Carrilho terá agredido o médico e este teme represálias
Omédico Pedro Strecht não pode voltara faltarà notificação como testemunha no processo que Bárbara Guimarães interpôs contra Manuel Maria Carrilho em tribunal, resultante de uma queixa desta por violência doméstica e difamação. Se o especialista faltarà Justiça no próximo dia 18, segunda-feira, pela terceira vez e sem justificação, arrisca-se a ser detido por agentes da PSP e a ser levado, à força, até à sala de audiências.
Pedro Strecht tem evitado, a todo o custo, qualquer confronto directo com C ar ri lho. Os seus temores pela aproximação à figura do ex-marido de Bárbara são justificados pelo episódio que terá ocorri doa 22 de Janeiro de 2016 quando, num corredor, num intervalo do seu depoimento no Tribunal de Família e Menores, o ex-ministro PS da Cultura o terá empurrado com violência contra uma parede e o terá injuriado chamando-lhe “filho da mãe”, “cabrão”, “miserável” e “cafre”. Todos os insultos foram escutados pelos magistrados e pelos advogados presentes no corredor e os seus testemunhos estão registados num inquérito oficial entretanto aberto para instruir mais um processo-crime contra Carrilho, mas desta vez por “ofensa à integridade física e injúria agravada” do pedopsiquiatra.
O RELATÓRIO FATAL
E o que terá levado Carrilho a bater em Pedro Strecht? Simples, o médico consultou em 2014, a pedido de Bárbara Guimarães, o filho mais velho do casal, Dinis Maria, então com dez anos, e, sobre o que o garoto lhe disse, elaborou um relatório de avaliação psicológica que enviou para o Tribunal e que não agradou ao pai. Segundo Pedro Strecht, Carrilho estaria a “instrumentalizar emocionalmente” o filho “dotando-o de uma carapaça defensiva”. O médico acusou o ex-ministro de condicionar os comportamentos de Dinis Maria contra a mãe causando-lhe um “grave síndroma de alienação parental” e apontando o pai como a origem, por parte da criança, de “um movimento repetido de agressão verbal e emocional” contra a mãe, usando a criança “como arma de arremesso na sua aberta conflitualidade” contra a Bárbara.