Amor e facadas
A concorrente sofreu às mãos de namorados, com agressões, invasões de privacidade e jogos psicológicos. “Não me devo calar”, diz, revoltada
Laura Macedo tem 33 anos e cresceu em Coruche, no coração do Ribatejo, a ouvir com os pais músicas de bandas como os Queen, Doors ou Led Zeppelin. Com tantas experiências musicais caseiras, ser roqueira ficou-lhe na massa do sangue. Mas só na idade adulta lhe voltou a correr nas veias.
Formou-se em Comunicação Social, estagiou numa televisão privada e trabalhou na área dos eventos numa autarquia. Aos 22 anos, deu-se a viragem: o prazer de cantar despertou-lhe a sede de construir uma carreira musical. “Em 2008, dei o meu primeiro concerto, com uma banda de covers que formei com amigos de infância. Só mais tarde percebi que esse era o caminho certo. Em 2014, com um amigo, que entretanto se tornou meu namorado, formámos a banda Xerife e fizemos a primeira parte do concerto dos Amor Electro, em Coruche”, relata a roqueira que, no domingo, dia 8, vai deixar a alma em palco numa prova cega do concurso The Voice, na RTP1.
SILÊNCIO POR VERGONHA
Além da paixão pelo rock , Laura Macedo jura ser uma mulher “positiva” e sem medo. No The Voice, como no seu dia-a-dia, assumirá, com frontalidade, ter sido, por duas vezes, vítima de violência doméstica no namoro, uma das quais poderia mesmo ter sido fatal. “A maior parte das pessoas não fala deste tema por vergonha. Foi por ter vivido duas situações de violência real, com agressões, invasões de privacidade e violência ao nível psicológico, que sei que não me devo calar”, avança a concorrente, desvendando pormenores do drama que sentiu na pele. “No meu segundo namoro violento, além de várias agressões e insultos verbais, tive o carro riscado e ele atacou a minha melhor amiga com 11 facadas à porta da casa dela.
Nunca foi preso e violou as proibições de se aproximar de mim. Até hoje continuo sem saber se o alvo era ela ou eu.”