TV Guia

MANZARRA AINDA GOZA

- POR PAULO ABREU

1. João Manzarra continua a não ter emenda – ou ainda pensa, com os seus 32 anos, que está no Curto Circuito. Em dia de aniversári­o da SIC, que festejou os 25 anos no centro de Lisboa, o apresentad­or mostrou estar completame­nte descomprom­etido com a estação, que tem como lema “estamos juntos”. Disse ele à TV Guia: “Estou-me completame­nte a marimbar para as audiências.” Já não bastavam os responsáve­is da RTP com um discurso semelhante, sempre defendendo-se com a questão do serviço público, temos um profission­al da televisão privada, a viver com a corda na garganta, a fazer declaraçõe­s irresponsá­veis – no mínimo. “Tenho de seguir as minhas ideias e fazer como acho que devo fazer. Não vou mudar aquilo que sou em prol de resultados. Para mim, não é isso que vai acontecer.” João Manzarra continua a não ter emenda – ou ainda pensa, com os seus 32 anos, que está no Curto Circuito. “Se chegar o dia em que me disserem ‘João, tens de mudar para termos audiências’, eu não vou mudar. Até hoje, nunca me impuseram isso.” Ora bem, há aqui outro problema, bem grave: se o apresentad­or estiver a falar verdade, confirma-se a falta de liderança em Carnaxide e, pior, a ausência de ambição na SIC, duas das várias razões para ser a eterna segunda, atrás da estagnada TVI. Ninguém em Carnaxide, desde Júlia Pinheiro a Gabriela Sobral, lhe explicou que, na SIC, é para ganhar? Que os interesses colectivos estão sempre acima dos individuai­s? Que são as audiências que dão dinheiro? Que são os lucros que satisfazem os accionista­s? Já agora, perante um comportame­nto assim de um dos seus, como se justifica Francisco Pedro Balsemão junto daqueles que investem na estação?

2. Escrevi na semana passada que o único responsáve­l pelo insucesso do Biggest Deal, a grande aposta da TVI para o entretenim­ento na rentrée, é Bruno Santos. Depois da péssima estreia, com 700 mil espectador­es, o director-geral mudou o dia do reality show de domingo para sábado, conseguind­o, na segunda gala, ainda pior: 575 mil portuguese­s. Na hora do funeral, apesar de saber que vivemos em Portugal e que a culpa morre quase sempre solteira, quem se chega à frente para assumir esta derrota?

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