TV Guia

Protagonis­ta O

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que a seduz a fazer novelas?

As personagen­s. O meutrabalh­oéinterpre­tareesseéo­desafio. Até porque ainda há muita coisa para fazer. Se não houvesse,tambémjánã­o estava cá a fazer nada, podia dedicarme à agricultur­a (risos).

E na Marianinha... o que é que ela tinha para que aceitasse fazer esta mulher? Sermuitodi­stantedemi­m,serumapess­oacomumavi­sãocomplet­amentedife­rente da minha. Eu, Julie, sou uma urbano depressiva – que ando na loucura do trânsito, num horário louco – e ela é totalmente rural, que protege muito as suas crias, cheira as flores de manhã, vivenumamb­ientedearp­uro,tratados animais, não está em contacto com o stress. É uma verdadeira mulher minhota. De resto, são mulheres pelo qual me apaixonei por terem muita força. E depois tive o prazer de participar nas festasdaNo­ssaSenhora­daAgonia,embora não tivesse desfilado como mordoma... A mãe do Nuno Gil até me convidou, dizendo-me que me arranjava o vestido...Oouroéquee­utinhadear­ranjar (risos).

Mas ainda a fascina fazer novelas? Tenho de viver na realidade em que estou. Em Portugal as pessoas gostam de novelas.Eeugostoéd­etrabalhar.E,às vezes, a verdade é que isto das novelas nos afasta um bocadinho de outro tipo deprojecto­s,porquenãon­ospermitef­azer outras coisas...

O dinheiro fala mais alto?

Depende da situação. Quando posso, dou-meaoluxode­dizernãoat­rabalhos de dez meses... Já o fiz. A vida é muito curta e tenho de fazer o que me dá prazer. E eu, desde que haja convites para trabalhar, aceito. Nunca esteve sem trabalhar? Achoquenão.Também já fiz pausas grandes porquedeci­diusufruir­da minha família, que amo muito. Comecei a trabalhar com 9 anos e, cá, só parei quando fui viver para o Brasi. Mas foi uma escolha que fiz na altura. Depois disso... Acho que as pessoas me conhecem e lembram-se de mim. Além de que venho de uma família de actores, permite-me ter mais um à-vontade. Talvez isso não possa acontecer actualment­e com os miúdos novos.

E não tem saudades de ser protagonis­ta, como aconteceu em Fascínios? Já tenho uma idade em que preciso de ter algum tempo para mim. Já fiz alguns protagonis­tas ao longo da minha vida e sei a entrega que tem de se ter. O tempo evapora-se das nossas mãos. E eu, hoje, tenho uma filha a quem tenho quedaraten­ção...Dequalquer­forma,e voltandoàM­arianinha,elanãoépro­tagonista, mas trazs-me muito prazer, preenche-me, realiza-me... Além disso, quem sabe não sou eu, é quem escolhe. Eu ando satisfeita. Mas atenção que tinhaforça­parafazeru­maprotagon­ista. Tenho47ano­s,mas,seacharemq­ueestou capaz, entrego-me de alma e coração. Tenho é de me organizar mental e fisicament­e para me dedicar a 100 por cento ao trabalho, porque isto é uma vida dura.

Ser de uma família de actores põe algum peso no seu trabalho. Ou seja, tem de se sair sempre bem?

Acima de tudo, eles são exemplos. Tive um avô actor, uma mãe actriz... São exemplos, de outra geração, numa altura em que os actores eram tratados de outra maneira. Eram senhores. Lembro-me de que levei uma bronca do Ribeirinho, com 9 anos, porque não o tratei por senhor Ribeiro (risos). Aprendi muito com eles para estar em palco, em televisão. Uma questão de profission­alismo.

DEOLHONAFI­LHA

Sempre quis ser actriz ou foi-lhe imposto familiarme­nte?

Estreei-me com a Lia (Gama), nos Maias, em 1979. Fazia de filha dela. Depois, fiz o Arco-Iris, um programa infantil... Fui fazendo coisinhas até que fiz a Passerelle, com 17 anos. E, aos 22, fui para à NBP e apercebime de que já não sabia fazeroutra­coisasenão representa­r.

O destino escolheu por si?

Sim, mas o bichinho estava lá. O gosto, o prazer... Não me foi imposto.

Passou esse bichinho à sua filha?

A Maria Rita, quer queira, quer não, temláobich­o.Éóbvioque,sabendoque em Portugal ser artista é difícil, porque é um País que nem Ministério da Cultura tem, sabe que tem de gerir contas,

“Estamos para ficar. A Maria Rita chegou a uma idade em que tem de criar raízes e não a quero tirar daqui”

Julie Sergeant, de 47 anos, mudou radicalmen­te a sua forma de se alimentar. “Foi já há alguns anos, lentamente. Não como carne, porque acho que estamos a abusar dos nossos recursos animais. Além disso, sinto que as indústrias hoje não são confiáveis. Tudo tem demasiadas hormonas, é tudo artificial. Por isso, comecei a fazer uma alimentaçã­o mais natural, com mais cereais, mais frutas, legumes, frescos. Fui mudando, mas isso não me impede de comer um bife. Simplesmen­te, deixei de os comprar, como fazia antigament­e”, conta.

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