TV Guia

A NOVELA de Bruno

Os maiores patrocinad­ores e as estações de televisão que apostaram milhões no certame da Rússia estão a arder com o investimen­to, devido à crise que afecta o clube verde-e-branco

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Lembra-se de quando os mundiais ou europeus de futebol ocupavam todo o espaço mediático? Lembra-se de como os telejornai­s mostravam adeptos, havia especiais de informação no cabo com as expectativ­as da selecção, e os programas de day time estavam cheios de figuras conhecidas que aceitavam aparecer equipadas a rigor? E as entrevista­s em formato intimista com os grandes craques, Cristiano Ronaldo no relvado de casa, Nani a dançar, Quaresma com a família? Onde pára esse mundo? Como era diferente o futebol nesses tempos – afinal de contas, não tão longínquos assim, porque, ainda há dois anos, em França, o

coração lusitano palpitava a mil à hora até às televisões portuguesa­s. Era um tempo em que os patrocinad­ores que apostavam na Selecção viviam felizes. Todas as marcas se queriam associar ao futebol, nem que fosse à última da hora. As estações que gastavam milhões, como foi o caso da RTP e da SIC, orgulhavam­se das apostas. Este ano, é tudo diferente – não há rentabilid­ade comercial, a SIC Notícias, por exemplo, evita até ao limite emitir os diários do mundial para evitar a irrelevânc­ia. E a culpa é da “novela Bruno de Carvalho”, designação brilhante, que uso

com a devida vénia ao texto de Luísa Jeremias, e que sintetiza tudo. Bruno é daquelas personagen­s trágicas que leva as paixões até ao fim. A televisão é o palco por excelência deste tipo de dramas pessoais que se misturam com a História. Hoje, há Portugal-Espanha. Aí, sim, se jogará o interesse dos portuguese­s pelo futebol propriamen­te dito . Depois, voltaremos ao mesmo? A minha previsão? Sim, voltaremos!

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Bruno de Carvalho: uma personagem trágica.

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