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Santos e CARTEIRAS

Aíestão as festas da cidade de Lisboa. São noites de grande labuta para os carteirist­as. O seu território de trabalho preferido. Gente bem-disposta, muitos com o grão na asa, num ambiente que convida ao assalto perfeito

- POR MOITA FLORES moitaflore­s2@hotmail.com

Aí estão as festas de cidade. Por estes dias, e até ao S.Pedro, multidões acorrem aos bairros históricos para o percurso das Festas, do cheiro dos manjericos, da música e das sardinhas. Existem momentos na noite em que, pelas ruas de Alfama ou da Mouraria, avançar 100 metros é uma maratona, tantos são os milhares de pessoas que por ali se aglomeram até ao Castelo.

São noites de grande labuta para os carteirist­as. O seu território de ‘trabalho’ preferido. Gente bem-disposta, muitos com um grão na asa, encantados com cruzamento de odores que cruzam a atmosfera, com a música que convida a descontrai­r, enfiados em filas gigantes para comprar meia dúzia de sardinhas para comer em céu aberto. Com muita cerveja, com muita sangria, com muita alegria.

É o ambiente que convida ao esquecimen­to das agruras do dia-a-dia. Da festa que se abre aos corações da multidão. O tempo em que se baixam as guardas no que respeita à protecção de bens. O tempo em que os carteirist­as trabalham com afinco. Uma mala de senhora descuidada­mente aberta, um jovem com a carteira no bolso traseiro, um casaco de algibeiras largas que mostra os seus conteúdos e, já está!, os dedos dos ladrões entram em acção e basta-lhes fracções de segundo para que a carteira desapareça nas moas do ‘muleta’, o companheir­o que secretaria a operação.

Por isso, meu caro leitor, siga estes conselhos simples. O ideal é não levar a carteira. Meta dinheiro numa algibeira funda, o passe e as chaves do carro. Caso tenha mesmo que a levar consigo, utilize bolsos interiores, e não leve todos os documentos. Deixe em casa aqueles que não lhe vão fazer falta para uma noite de farra. Não leve notas grandes. E nem as exiba. Basta um ladrão perceber que tem dinheiro e passará a noite a inventar a forma de o ‘sacar’. E já agora, divirta-se. Num tempo de tanta ansiedade, uma boa noite de festa só pode fazer bem à saúde.

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