“Quando temos sucesso ataca-se para DESTRUIR”
“É pá, critiquem-me por ser feio, por ser gordo, por não gostarem de me ouvir cantar… mas não por mentiras”, reage o popular artista, em exclusivo à TV Guia, depois de uma cibernauta o ter acusado de ter cantado embriagado e de ter feito playback. Para que não restem dúvidas, o cantor desvenda quanto come e qual a dose de vinho que ingere antes de cada espectáculo. E fala de “inveja” e “ignorância”
Estava alcoolizado quando deu o concerto em Sarilhos Pequenos, na Moita? Não, não estava alcoolizado. Isso foi uma pessoa, entre milhares das que assistiram ao concerto, que fez um comentário mais infeliz no Facebook. Foi apenas uma, mas sentiu-se magoado e respondeu-lhe. Sim, disse-lhe que podemos gostar ou não gostar das músicas ou do concerto, mas devemos fazer críticas construtivas. Tenho mais de três mil temas originais, entre escritos e gravados, fiz A Tua Cara Não Me É Estranha, na TVI, e canto versões de músicas estrangeiras. É pá... colocar 30 anos de carreira num único concerto não é fácil e nem tudo agrada a todos.
Mas não foi por isso que o criticaram. Pois não. Agora acusarem-me, de forma mentirosa, de estar alcoolizado em palco, isso não aceito.
Foi também acusado de ter feito playback de algumas músicas. Cantou em playback?
Prefiro morrer a cantar em playback. Às vezes estou pior da voz, mas faço tudo para cantar ao vivo. Nunca fiz isso. Nunca enganei ninguém. Mesmo quando estou quase afónico, e já me aconteceu – também me constipo, não sou Deus –, canto sempre ao vivo. O que se passou então no concerto de Sarilhos Pequenos? Estava mais excitado, mais agitado do que o normal e foi isso que levou ao comentário?
Nada! Estava perfeitamente normal. Gostava que perguntassem aos membros da comissão de festas o que jantei e bebi ao jantar. Essas pessoas são as testemunhas da verdade. Quem tiver provas do que diz que as apresente. Agora, insinuações para vender material jornalístico é que não. Está a referir-se aos ecos que o comentário e a sua resposta tiveram na imprensa escrita?
Claro. Isso é muito triste e quem o fez foi muito infeliz. Desde quando é que um profissional de comunicação transforma uma insinuação num facto e o dá como verdadeiro? Respondi a esta insinuação nas redes sociais porque quem não se sente não é filho de boa gente. Critiquem-me por ser feio, por ser gordo, por não gostarem de me ouvir cantar… mas não por mentiras.
Então por que acha que inventaram essa mentira?
Não sei, terão que perguntar a quem a inventou. Para mim, quem é mentiroso só o é por duas ordens de razão: ou é ignorante ou invejoso. No programa A Tua Cara Não Me É Estranha nunca escondeu o facto de ter levado para o estúdio várias garrafas de vinho da Casa Ermelinda Freitas, de que é embaixador, e de o ter partilhado com os colegas antes e após as gravações. Acha que isso ajudou a criar na opinião pública a ideia de que o cantor Toy bebe antes dos espectáculos e terá servido de combustível para este tipo de insinuações? Eu prefiro ser autêntico e ser criticado pela minha autenticidade do que ser cínico e mentiroso e ser levado em ombros. Não escondo de ninguém que gosto de bom vinho, de boa comida, de mulheres bonitas, de touradas, de gente boa. Está tudo no mesmo contexto. E dentro desse contexto não quer dizer que, pelo facto de gostar de mulheres bonitas, tenha de trair a minha com qualquer mulher bonita que veja. O facto de gostar de bom vinho não significa que tenha de me embebedar. Ou que por gostar de comida tenha de comer que nem uma besta antes de entrar em palco.
Mas nunca bebe vinho antes de entrar em palco?
Não vou mentir: como muito pouco e bebo meio copo de vinho ou um copo se o vinho for muito bom, nada mais. Isso, não escondo. Agora transformá-lo numa questão mundial e dar-lhe honras de capa de revista é ridículo. Quando uma pessoa tem sucesso na vida ataca-se por inveja e para destruir.
Então acha que o enorme sucesso que está a viver neste momento é a raiz de tudo isto?
Quando tinha cinco anos aprendi uma canção que rezava assim: ‘Se um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais’ e três então… A forma grande das coisas incomoda. Isto é metaforicamente o que
“Prefiro ser autêntico e ser criticado pela minha autenticidade do que ser cínico e mentiroso e ser levado em ombros”
se está a passar.
No seu caso, falaria com a pessoa antes de tirar uma conclusão...
Como aconteceu comigo e este comentário negativo foi de uma pessoa entre as dez mil que estavam em Sarilhos Pequenos. Gosto das pessoas, não tenho nada contra quem tem opiniões diferentes das minhas.
Acha que essa pessoa está a querer destruir a sua reputação?
Não faço acusações.
Mas tem noção dos danos que isto lhe pode provocar?
Se calhar provoca alguns danos, mas só acredita em mentiras quem é parvo. Ainda acredito no discernimento do povo português.
Vai agir judicialmente contra quem o difamou nas redes sociais?
Quando alguém insinua e diz: “Eu acho que…” judicialmente não se pode agir. Posso, quanto muito, manifestar-me em relação àquilo que leio. Não sou um garoto com 15 anos de idade, tenho 55 anos, tenho uma carreira e uma vida cheia que fala por mim.
O FILHO BASTARDO E HAXIXE NO NATAL
E com algumas polémicas, como a história do filho bastardo, por exemplo. Sim, é verdade. Tive durante oito anos um filho que nem era meu. Escreveram tudo o que lhes apeteceu, nunca meti ninguém em tribunal, apesar de terem sido desagradáveis. Tive sempre o cuidado de nunca processar um jornalista que escreveu sobre um filho que tive durante oito anos e que não era meu. Tive que me aguentar. Tive nesse período um AVC porque tive o sistema nervoso alterado por causa de uma mentira indigna, mas aguentei-me. Por amor de Deus, sejam honestos: Se quiserem saber se entro em palco alcoolizado perguntem às câmaras municipais, às juntas de freguesias, às comissões de festas, aos empresários. Eles que digam se me viram cantar bêbedo.
Acha que está a ser vítima da sua franqueza? Fala sempre dos temas com abertura, como aconteceu com o facto de fumar haxixe no Natal em família…
Eu não fumo, nem fumo haxixe. Se tiver haxixe medicinal gosto de dar duas ou três passas e partilhar com quem estiver comigo no Natal. Além disso, não fumo cigarros, não tomo drogas, não tomo antidepressivos, não tomo comprimidos para dormir, nem para as dores. Não sou drogado. Bebo um bom vinho. Se for mau prefiro beber
água. Depois dos espectáculos gosto de beber uma boa aguardente velha ou um bom vinho do Porto, comer um bom leitão ou umas sardinhas assadas. Com a minha postura apoio a gastronomia portuguesa e um dos melhores produtos de exportação que temos em Portugal – o vinho, que é cultura. Estas pessoas deviam ter vergonha de mandar abaixo quem defende, como eu, a cultura e os produtos genuinamente portugueses.
O facto de ser tão aberto a falar de si, da sua vida, dos seus gostos, está neste momento a virar-se contra si e a prejudicá-lo, com insinuações como esta?
Há dois tipos de corno: o que é e prefere ignorar e o que quer saber e pôr as cartas na mesa. Para mim a verdade está como o azeite – sempre acima de tudo. Doa a quem doer, prefiro uma verdade filha da puta a uma mentira doce.
Não vai passar a ser mais cauteloso com o que diz ou faz?
Não, antes pelo contrário. Posso ser acusado de ser muito frontal, mas é uma acusação que me deixa orgulhoso. Vou continuar igual a mim próprio até ao fim. Quando morrer quero que digam: ‘Este não mentiu,
não omitiu. Este que está no caixão foi sempre verdadeiro. Viveu a sua vida, não prejudicou ninguém e foi solidário’.
Como é que o Toy tem sido solidário? As pessoas são capazes de fazer comentários sobre mim, sobre coisinhas de merda, mas são incapazes de dizer que ajudo bombeiros e IPSS, misericórdias, associações de pais e amigos de crianças com cancro… Esses é que são importantes. Desses assuntos ninguém fala, nem eu. Poucos sabem disto e só o estou a revelar agora porque faz parte do contexto desta conversa. ●