PIQUETE de polícia TANCOS
A semana que passou foi sacudida pela novela sobre o assalto aos paióis de Tancos, com fartos meses de episódios estranhos. Desta vez, foram detidos uma leva de militares, incluindo o director da Polícia Judiciária Militar
Embora ainda seja tudo muito confuso, escrevo quando ainda os arguidos não foram ouvidos pelo juiz de instrução, dá para entender que, para além dos crimes em investigação, existe uma luta intestina sobre quem manda, ou não manda, das decisões da PJM.
A ser verdade que todo este estratagema do furto das armas, e subsequente devolução, está associada a desaguisados sobre um outro processo sobre a morte de militaresdosComandose,poroutrolado,àinsubmissãoàordemaProcuradora-GeraldaRepública para entregar este caso à PJ civil, o casoé grave e ainda desconhecemos as causas profundas que levaram a esta situação. Sendo certo que devemos admitir a presumível inocência dos envolvidos, parece que estamos dentro de um jogo de poder que fere o prestígio do Exército e atinge gravemente a PJ Militar cuja direcção foi decapitada com estas detenções.
A nível político, revela que o ministro da Defesa, em toda as declarações que produziu sobre o caso, que andou a fazer de conta, sem ter a mais pequena ideia do que se estava a passar numa instituição por si tutelada. Não só porque desvalorizou sempre o caso, tendo chegado a colocar a hipótese de nem furto ter havido, mas também, por não ter sabido dar o murro na mesa que aquietasse altas figuras militares. Nada aconteceu. O senhor ministro viveu este caso na paz dos anjos e, agora, vê-se comum escândaloentre mãos. Se houvesse sensatez, este senhor apresentaria a demissão e ia à sua vida pois pode ter muitas virtudes, qualidadesinfindáveis, mas a sua históriaà frente do Ministério da Defesa foi por este, e por outros caso, um desastre.
Quanto a Tancos vai ser preciso esperar até que se perceba com clareza quem é quem neste filme negro. Um caso que desprestigia o País. ●