The Voice é o MELHOR
Bons concorrentes, apresentadores eficazes e, provavelmente, o melhor júri da história dos talent shows em Portugal: eis os ingredientes de um programa de enorme qualidade
Com a batalha entre casamentos e cozinhados ao rubro, é justo elogiar o melhor programa dos domingos à noite, uma faixa horária muito importante para o mercado das generalistas. The Voice ,na RTP1, é um concurso de enorme qualidade, bem realizado, com concorrentes de excelência e com aquele que é, provavelmente, o melhor júri da história dos talent shows em Portugal. Ao contrário de outros programas de caça-talentos, The Voice não aposta no ridículo de concorrentes sem jeito. Pelo contrário, até procura evitá-los. O resultado é um conjunto de aspirantes a artistas que atinge, muitas vezes, um nível exibicional extraordinário. O formato internacional garante ao programa um cenário grandioso, que enche o olho sem distrair, e que transmite a sensação correcta: uma enorme sala-estúdio de espectáculos. O júri tem um segredo-chave: os quatro elementos que o compõem também competem entre si, pelo apadrinhamento dos melhores concorrentes, de forma que se gera um segundo nível de emoção.
Uma coisa é a luta entre os cantores que procuram um lugar ao Sol, outra, paralela, é a narrativa da “guerra” entre os elementos do júri que procuram levar um elemento da sua equipa até à glória final. A dinâmica entre Aurea, Mickael Carreira, Mariza Liz e Anselmo Ralph é de uma saudável competição artística, e isso faz deles factor de sucesso. Finalmente, Catarina Furtado e Vasco Palmeirim estão sóbrios e eficazes. Eis os ingredientes de um enorme programa semanal, que merecia uma RTP1 mais forte para encontrar o público que anseia por televisão de qualidade. ●