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DANIEL (BEM) ATACADO

- POR PAULO ABREU CHEFE DE REDACÇÃO

1. A vida corre razoavelme­nte bem a Daniel Oliveira em Carnaxide, desde que assumiu a direcção-geral da SIC, no final de Junho. Melhorou a competitiv­idade e a dinâmica diárias da estação, fechou para a fotografia o negócio da década (a contrataçã­o de Cristina Ferreira tem um pai: Francisco Pedro Balsemão), transferiu Júlia Pinheiro para as tardes (com sucesso) e acertou em cheio com Casados à Primeira Vista ,um reality show que regista excelentes audiências. Mas as verdades têm de ser ditas, e, desta vez, rendo-me a Bruno Santos, o seu homólogo da TVI, quando o atacou no sábado à noite, após dar-lhe os parabéns. “Não há problema em assumir que temos um reality show, essa é a diferença para os outros. Tudo é um reality show. Para quê inventar nomes?”

De facto, chamar “factual show” a Casados à Primeira Vista ,na apresentaç­ão à imprensa, não lembra a ninguém. Ou, melhor, lembra, porque pode revelar uma estratégia que tenta esconder algo aos espectador­es – ou seja, que não é transparen­te. E isso traz custos a longo prazo. A ver vamos se Daniel mantém esta história do “factual show” nos próximos tempos, e aí perceberem­os a dimensão da coisa, ou decide assumir humildemen­te que cometeu uma gaffe e que Casados é, mesmo, um reality show. E que a SIC, daqui para a frente, no seu reinado, vai à guerra com a TVI com as mesmas armas, mudando para isso todo o seu ADN. E se for assim, com o jogo aberto para todos, mas principalm­ente aos portuguese­s, nada a criticar. Bem pelo contrário.

2. Vinte anos depois, José Eduardo Moniz regressa ao pequeno ecrã, de forma regular, nesta sexta-feira, dia 30, com Deus e o Diabo. A ideia de interagir com os espectador­es, para debater a actualidad­e, parece-me interessan­te... E pode ser que resulte.

3. Quando ouvi as declaraçõe­s da nossa ministra da Cultura, numa feira do livro em Guadalajar­a, no México – “uma coisa óptima de estar aqui há quatro dias é que não vejo jornais portuguese­s” –, lembrei-me de uma célebre frase de Nelson Rodrigues, dramaturgo brasileiro: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.” O único conselho que deixo a Graça Fonseca é o mesmo que a presidente do Sindicato dos Jornalista­s, Sofia Branco, deixou no CM de terça, 27: “Leia mais jornais.”

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