TV Guia

ENGANADA por reality show da SIC

Não está revoltada, nem triste. Mas participar no formato apresentad­o de Diana Chaves não foi do seu agrado. Diz mesmo que se sentiu ludibriada. Não aponta o dedo a Francisco nem à produtora,até porque a participaç­ão a fez tomar uma resolução especial: es

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Três meses depois de terem terminado as gravações de Casados à Primeira Vista, Lídia regressou aos dias de normalidad­e. Parece que nada mudou. A participan­te no reality show da SIC já não perde tempo a pensar no tempo em que esteve casada com Francisco – durante apenas uma semana. “Não sei quantas pessoas ficariam de pé depois do que me aconteceu. O que eu vivi em Bali foi terrível. Mas eu ergui a cabeça e segui em frente”, diz. Apesar das palavras amargas, Lídia não quer falar de Francisco. “Não, não vou falar. Ele para mim é uma pessoa, um ser humano, tem as suas caracterís­ticas e não lhe desejo nem bem nem mal. Não lhe desejo nada”, declara. “Lamento que a Shine Iberia tenha feito uma coisa destas [o casamento entre eles]. Não foi bom para mim, nem para ele”. Lídia, que sempre se mexeu no meio jurídico – apesar de ter um curso de televisão que lhe permitiu participar em alguns projetos de media – não fala de Francisco mas não cala as críticas ao processo que a levou ao reality show da SIC até porque sente que foi ao engano. “Não me arrependo de ter participad­o, mas se soubesse que era um realitysho­w nem tinha entrado”, garante. “Não quero dizer que fui enganada mas é quase. Não se brinca com a vida das pessoas. Eu não sabia para o que ia. E explico porque digo isto: quando nos vendem um projeto – e falo por mim –, disseram-me que era algo sério, uma experiênci­a social, algo em beneficio de um bem maior – que de resto era o que estava no contrato de confidenci­alidade –, não um reality show, como depois assumiram”, justifica. “O diretor da Shine, quando eu tinha as minhas dúvidas, é que me pediu

para confiar, que era um projeto sério, com caráter social, científico. E eu só fiquei por essa perspetiva. Afinal eu tinha uma estrutura montada, uma reputação a defender que custou muito a construir e não ia deixar isso por causa de um programa de televisão.” Apesar de tudo, de todos os revezes, Lídia assegura que entre ela e a produtora do programa “está tudo bem”. Só lamenta que a tenham escolhido para o programa que não era o que esperava. “Depois de me fazerem tantos testes e termos passado tantas fases…”, diz desiludida. “Quando perceberam que pessoa tinham à frente não deviam ter-me escolhido.”

AMOR, PARA JÁ, NÃO

Lídia temia que o filho fosse afetado pelo programa, já que foi ele quem a incentivou a participar. “No início, ele sentiu-se culpado. Não dizia nada. Mas eu sentia isso no semblante dele”, descreve. “O Gonçalo foi um dos grande motores para eu participar. O resto da família não achou piada nenhuma. Mesmo nenhuma. A minha mãe até está um bocadinho zangada comigo. Não queria que tivesse acontecido mas também sabe que sempre fui a filha rebelde”, revela. De volta à normalidad­e, Lídia não pensa apaixonar-se de novo. “Não faço questão. Não estou à espera nem sou expectante sobre nada. Cada vez que criamos uma expectativ­a estamos a criar uma frustração e eu prefiro não a ter. Tenho amigos de há muitos anos, pessoas que admiro há muito tempo, e esse grupo de pessoas é que está comigo”, diz a jurista que garante que não precisou de ajuda psicológic­a quando terminou casamento, ao contrário de outros participan­tes. “Não recorri à ajuda de ninguém. Eu sou a minha ajuda”, diz sem vergonha.

AS PREMONIÇÕE­S

Isso não a impediu de ter decidido avançar com alguns projetos. Lídia é uma mulher que se descreve como “irrequieta” e tem muita coisa em mãos, para além da sua atividade profission­al. “Tenho um projeto para fazer um site que vai ajudar outras pessoas.

Para mim, a visibilida­de pública é para ajudar outras pessoas. Também achei interessan­te um projeto de ourivesari­a que um amigo me apresentou. Está ainda em estado embrionári­o mas o que pretendemo­s é mostrar às pessoas a ourivesari­a que temos em Portugal. Há já designers a trabalhar connosco”, conta.

Mas o projeto que lhe é mais querido é outro. “Sou uma pessoa muito espiritual. Desde pequena que sempre tive visões. Via coisas. E nunca quis contar a ninguém. Nunca quis ser seguida. E nunca quis falar sobre isto porque as pessoas chamavamme louca. Eu tenho premoniçõe­s que me fazem sofrer imenso. Nem os meus pais acreditava­m quando lhes contava que via coisas. Por exemplo, no 11 de setembro, de 2001, [ataque às Torres Gémeas em Nova Iorque] eu sabia que ia acontecer algo de errado, mas não o quê. Nesses dias vomito muito. E é sobre isto que quero escrever. Mas com pesquisa sobre isto, sobre física quântica. Quero que as pessoas percebam que o que estou a dizer é fundamenta­do e real. Quero mostrar este outro mundo que vejo.” Lídia garante que este não vai ser “apenas” mais um livro. Quer que seja algo verdadeira­mente importante. “Não vou lançar um livro de tarot, de yoga ou coisas do género. Isto é algo que me é muito querido.” ●

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TEXTO HUGO ALVES I FOTOS LILIANA PEREIRA
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