RTP1: o poço sem fundo
O primeiro canal da TV do Estado teve apenas 7,7% de share, no domingo. Foi um dia com uma grelha perfeitamente normal. Isso indicia que estamos perante um fenómeno de queda sustentada, e sem fim à vista
Domingo passado, 10 de fevereiro, a RTP1 registou um recorde negativo de audiências. O canal 1 do serviço público de televisão teve apenas 7,7% de share diário. Trata-se de um resultado que parece impossível, mas que até nem é inédito. Na verdade, há mais de 2 anos, a 8 de janeiro de 2017, a RTP1 já tinha registado um valor quase igual. Nesse dia, o canal 1 registou 7,8% de share médio. Ou seja: esta semana foi batido um recorde, mas apenas por uma décima de ponto percentual. O fundo do poço da RTP1 desceu apenas de 7,8 para 7,7%. É curioso verificar, aliás, que no domingo fatídico a grelha do canal 1 foi absolutamente normal. Isso significa que o resultado é um reflexo, não de um qualquer evento extraordinário, nem de um fracasso pontual, mas sim de um movimento consolidado de queda, e que não dá mostras de parar. Olhemos para essa mesma grelha, em síntese: informação de manhã, eucaristia dominical antes do almoço, Jornal da Tarde às 13 horas e Telejornal às 20, entretenimento à noite. Uma novidade de monta: futsal ao fim da tarde, uma escolha sem resultados, e muito discutível para uma TV de serviço público, que deve tratar todas modalidades extrafutebol por igual. Um canal, dois resultados escandalosos separados por dois anos, com duas direções de programas diferentes e duas administrações distintas. Porém, lideradas pelo mesmo presidente. Eis o resumo da irrelevância em que está a ser lançado o serviço público de televisão, e que nos deve preocupar a todos. Alguém olha para a RTP? ●