Mar de INTRIGAS
Chama-se Jehni Camargo, tem 24 anos e deixou a equipa de Zé do Pipo semanas antes do cantor desaparecer em Peniche. Os dois factos juntos geraram uma teoria e notícias que deixaram a dançarina em choque
Muito se tem escrito acerca do desaparecimento de Nuno Batista, de 40 anos, o cantor que se tornou conhecido do grande público com a figura popular de Zé do Pipo. Uma das teorias que tem ganho terreno na aldeia de Vau, Óbidos, a terra adotiva do artista, é a de que este fugiu com uma das suas “Piponetes”. E, das quatro bailarinas sensuais, tudo aponta para a dançarina brasileira.
A TV Guia sabe que a alegada amante de que se fala na terra do cantor é Jheni Camargo, uma jovem de 24 anos, que surge ao lado do cantor em várias fotografias do grupo musical. No entanto, segundo o que a nossa revista apurou, a suposta aventura extraconjugal, que justificaria o desaparecimento do cantor, será apenas uma suposição. O rumor ganhou importância depois de Jheni Camargo ter feito, por opção própria, uma paragem na sua carreira como bailarina. “A rapariga deixou a banda porque queria voltar para a Universidade. Faltava-lhe uma cadeira para terminar a licenciatura e decidiu fazê-la agora. Se continuasse a dançar com o grupo do Zé do Pipo não conseguia conciliar tudo. Para além disso, tem outros sonhos por realizar”, revela fonte próxima da brasileira.
A decisão de Jehni de deixar o grupo ocorreu pouco tempo antes do desaparecimento do cantor, o que levou a que os habitantes da aldeia de Vau rapidamente desenvolvessem a teoria de que teriam fugido juntos. Mas nada aconteceu. Jheni mantém-se em Lisboa com a família e sem compreender os motivos pelos quais o seu nome foi associado ao desaparecimento e às notícias entretanto veiculadas. “Ela não está a saber lidar com estas notícias e os últimos dias têm sido muito difíceis”, afirma a mesma fonte.
Nas fotografias de Zé do Pipo com as suas “Piponetes”, Jheni é, realmente, a que se mostra sempre mais próxima do cantor. No entanto, garantem à TV Guia que não passam de “bons amigos”. Aliás, dois dias depois do desaparecimento do cantor, Jheni chegou mesmo a demonstrar a sua surpresa e tristeza na sua página de Facebook, partilhando a notícia. “Uma tristeza sem par. Meu Zezinho”, escreveu.
A nossa revista sabe que, entretanto, Jehni vai voltar aos palcos como dan-
çarina já este fim de semana [dias 16 e 17], por outra banda
musical.
ODESAPARECIMENTO
À margem de todos os boatos e polémicas, aumenta o mistério em torno do desaparecimento de Nuno Batista. Os pais do artista, Carlos e Rosa, estão revoltados com o silêncio das autoridades policiais e judiciais, que acusam de não terem explorado todas as pistas deixadas pelo filho desde 5 de novembro 2018 e de se terem concentrado (e contentado) com a tese do suicídio. Nem a Polícia de Segurança Pública (PSP), a primeira força policial a chegar ao estacionamento da Praia do Porto da Areia Sul, em Peniche – local onde o Opel Astra de Nuno Batista apareceu fechado no dia seguinte –, nem a Polícia Marítima (PM) terão executado todas as diligências de investigação, de acordo com as competências de cada uma delas.
As notícias que têm vindo a lume nas últimas semanas, dão várias pistas estranhas que deveriam ter sido averiguadas pelas autoridades e que nunca o foram. Nuno Batista saiu da sua casa na aldeia de Vau pelas 14:00 do dia 5 de novembro de 2018. Disse à mulher, Celeste Roberto Batista, que ia a Óbidos ao banco fazer um depósito e que depois passava
pela farmácia.
Os registos bancários comprovam que esteve no banco, mas nenhuma prova existe de que aviou alguma receita na farmácia. Duas horas depois, pelas 16:00, Celeste estranha a demora e liga para o telemóvel do marido. Desligado. Volta a tentar, nada. Assustada, segundo já descreveu, contacta o posto da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Óbidos, pois teme que o marido tenha desaparecido, fazendo o que já prometera: Suicidar-se!
Os militares informam-na de que terá de esperar 24 horas até que sejam ativados todos os procedimentos de busca. O pai de Nuno Batista não espera pelas leis da GNR, deixa o seu trabalho na fábrica de conservas IDAL, em Peniche, e começa uma busca incessante pelo filho, nas estradas entre Óbidos e Peniche e nas praias da região. Pelas 20:40, Carlos Batista passa com a sua carrinha no estacionamento da Praia do Porto da Areia Sul, aquela onde o filho aprendera a nadar em criança. Nem sinais do carro, nem de Nuno Batista. Carlos continua a sua busca pela região.
Pelas 00:02 de dia 6 de novembro, depois de quase oito horas com o telemóvel desligado e muitas chamadas e mensagens registadas, Zé do Pipo, ou alguém por ele, liga o aparelho. A mulher Celeste, o pai Carlos e outros familiares, recebem aviso de que o telemóvel está disponível e continuam a ligar e a deixar mensagens. Em vão. Nunca mais ouviram a voz do filho, marido, pai e amigo.
SOZINHO OU ACOMPANHADO?
Carlos Batista, que conhece bem a doença bipolar que foi diagnosticada ao filho em agosto de 2016, e que já ouvira os seus desabafos de que um dia se mataria atirando-se ao mar, não desiste e continua a procurar o filho, na esperança de o salvar, madrugada dentro. Encontra o Opel Astra de Nuno pelas 07:45 no estacionamento da praia do Porto da Areia Sul. Fechado. Com o ca-
Jheni mostrou a sua tristeza através das redes sociais, depois das notícias do desparecimento
de Zé do Pipo.
saco, os documentos e o telemóvel lá dentro. A PSP é chamada ao local e nada faz. Celeste é alertada de que terá de aparecer com a chave sobressalente. Chega, abre o carro à frente da PSP e mexe nele.
A PSP, por o episódio ter ocorrido junto ao mar, avisa a família de que o caso será tratado pela PM e recomenda que levem o carro até à Capitania do Porto de Peniche. Tarde demais. A viatura já estava violada e torna-se impossível fazer qualquer exame lofoscópico, uma análise forense que permite verificar se Nuno Batista esteve sozinho no carro… ou acompanhado.
A partir daqui, aconteceu tudo o que a TV Guia noticiou em primeira mão nas últimas semanas. A mulher de Zé do Pipo apagou o conteúdo do computador do marido e formatou o disco apagando pistas que ainda não foram analisadas. Vendeu o Opel Astra com os últimos vestígios do marido e considera que a história de amor de vinte anos que teve com o cantor é “um capítulo encerrado” e reforça, dizendo:
“Quero esquecer. É um assunto que já não tem novidades e nem espero vir a ter. Era bom que houvesse um corpo, só que não acredito nisso e nem estou à espera. Não tenho expectativas, senão fico maluca e não posso ficar doente como ele ficou”, afirmou, três meses depois de o mar não ter devolvido ou corpo do cantor ou de este ter sido avistado em terra, em Portugal ou no estrangeiro. ●