Casamento FRACASSADO
O “agricultor” de Granja, que afinal é advogado, não vai ficar casado com a arquiteta de Aveiro. O político do PSD anda sozinho pela aldeia alentejana e é afinal um homem com polémicas e muitos segredos por revelar
Arlindo Dias, 72 anos, pai de Vítor Hugo Segurado Dias, de 42, o noivo de Casados à Primeira Vista que se apresentou no reality show
da SIC como “agricultor de Granja, em Mourão”, garante à TV Guia que o filho é “advogado e tem escritório na Amareleja, mas no programa decidiu
apresentar-se como agricultor”, esclarece, encolhendo os ombros e sorrindo. Segundo o progenitor do homem que se casou a 21 de julho na vila de Sintra com Inês Santos, uma arquiteta de 38 anos natural de Aveiro, que deu o nó no mesmo dia que a irmã, a administrativa Ana Raquel, Vítor Hugo terá estudado “Direito em Beja”. O problema é que o Instituto Politécnico desta cidade alentejana só possui licenciaturas em Solicitadoria.
“O meu Vítor Hugo esteve um ano em Lisboa a estudar, mas não se deu bem com
aquilo”, assegura o pai, que, aos 72 anos, e depois de em 2018 ter sofrido um ataque cardíaco, é quem trata praticamente sozinho da vacaria da família Dias, nos arrabaldes da aldeia de Granja, uma localidade com 600 habitantes na raia com Espanha.
Tenha concluído a licenciatura em Lisboa ou não, com ou sem equivalências, a verdade é que o doutor-advogado-agricultor Vítor Hugo Segurado Dias tem efetivamente escritório na Amareleja, com registo efetivo desde 18-12-2012, como constatámos no sítio da Ordem dos Advogados.
A TV Guia chegou também telefonicamente à fala com o candidato alentejano, mas este recusou-se a prestar declarações, depois de se explicar. Primeiro alegou que a sua histó
ria de participação no programa da SIC não era “interessante”. Depois, utilizou a prerrogativa da produtora que o impede de dar entrevistas, ou sequer prestar simples declarações, para não falar. “Vocês sabem que eu não posso falar. Vejam o programa e obterão as respostas que precisam”, advogou.
SEPARADOS PELA VIDA REAL
O quase silêncio de Vítor Hugo, o noivo que casou com uma das irmãs de Aveiro, não impede que a TV Guia saiba que este e a arquiteta Inês Santos não vão acabar juntos no final da experiência televisiva com laivos de alegada cientificidade.
Maria Segurado, 66 anos, a mãe de Vítor Hugo, que anda numa luta pelos hospitais contra um mal na vesícula, não se pode alargar muito sobre o desfecho do casamento do filho, mas nas entrelinhas da conversa com a
TV Guia, na sua casa da rua das Flores, em Granja, deixa passar que pouco ou nada sabe da nora, Inês, que só a viu no dia do casamento do filho e durante uma fugaz visita. “Ela ficou cá uma noite quando vieram fazer umas gravações, mas mal falei com ela. Não sei mesmo quase nada sobre ela”, comenta, adiantando também nada saber sobre o futuro divórcio do filho – e apenas devido a um pormenor: “Não sei de nada da vida dele. Ele não se abre, não conta nada. Só vejo que ainda anda com a aliança no dedo.” As últimas cenas do reality show foram gravadas no dia 11. No sábado, 12, Vítor Hugo já estava de volta a Granja, de novo sem a mulher, e os seus amigos que pululam no núcleo sportinguista da pequena aldeia, que só tem três restaurantes, não escondem que o advogado-agricultor “está sozinho” e até adiantam, em tom de curiosidade, que a última namorada que lhe conheceram nas redondezas “também se chamava Inês”.
“Aqui toda a gente viu o programa e já houve pessoas que me vieram dar os parabéns”, conta, orgulhoso, o pai do candidato, assegurando que o filho “viu o programa em
casa connosco”. Bem longe da mulher com quem ainda está oficialmente casado.
ANDA À “GUERRA” COM CIGANOS
Vítor Hugo Segurado Dias é um dos deputados municipais do concelho de Mourão eleitos pelo PSD e faz parte da oposição à autarca local, Clara Safara, eleita pelo PS. A 19 de outubro de 2018, o agora noivo foi porta-voz da oposição laranja, num podcast gravado pelo Diário Campanário, contra a insegurança que se vivia no concelho por causa de elementos de etnia cigana. “A família perturbadora ronda os 15 elementos. Esta insegurança… E eu não quero de forma alguma parecer xenófobo, quero apenas e só constatar uma realidade”, anunciou, recordando
falar “de um concelho onde mais de 10% da população é de etnia cigana”.