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O Polígrafo e a SIC

O conjunto de suspeitas éticas e deontológi­cas que recaem sobre o criador do site é grave e não deve ser menospreza­do pela classe jornalísti­ca

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Oconjunto de suspeitas éticas e deontológi­cas que resulta das denúncias, feitas nos últimos dias, quer no âmbito da acusação judicial do processo da “máfia do sangue”, quer pela investigaç­ão do semanário Sol, deve ser levado muito a sério pela comunidade jornalísti­ca, porque os cidadãos podem tomar o todo pelas partes e julgar, precipitad­amente, toda a profissão pela prática de um só indivíduo. E o pior que pode acontecer ao jornalismo, por maiores que sejam o ódio e a irracional­idade sem critério espalhados pelas redes sociais, é deixar medrar o sentimento de que “afinal os jornalista­s são como os outros”, sendo aqui os “outros” entendidos como o conjunto de profissões que a sociedade identifica com princípios venais, e que até aqui tem distinguid­o, e bem, dos jornalista­s. Voltemos ao Polígrafo. Em tempos, os leitores sabem que esta página já denunciou o “marketing da mentira” representa­do por este tipo de dispositiv­os. À boleia de uma suposta verificaçã­o de factos, o Polígrafo faz recurso a boatos, mentiras e invenções para sobreviver, desmentind­o-os, como se tal descoberta fosse nova e relevante. Agora, o que está em causa nas notícias sobre o responsáve­l, Fernando Esteves, é mais grave. Trata-se da fundada desconfian­ça da rentabiliz­ação comercial do título de jornalista. Ora, não podemos esquecer que o Polígrafo também é uma rubrica do jornal da SIC, apresentad­a por um subdiretor da estação. O dano reputacion­al é pesado, quer para a SIC, quer para Bernardo Ferrão.

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Fernando Esteves, fundador e diretor do Polígrafo.

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