Montanha-russa DE EMOÇÕES
“Uma história que tem tudo menos ser cor-de-rosa”, anuncia o autor do livro em que o amor é tema central e a finalidade não é chocar
Acapa do novo romance de Pedro Chagas Freitas ostenta um título que ruboriza os leitores mais sensíveis, mas o autor explica, por palavras suas, a razão desta escolha
mais atrevida. “A ideia não é chocar quem vai comprar. Se tivesse posto: ‘Que aborrecimento, Amo-te’ não colava. E se no dia a dia usamos palavras mais fortes, por que não escrever o que dizemos? Usar
as palavras tal qual elas são?”, questiona, no encadeamento de explicação para ter dado ao seu último livro o título M#erda! Amo-te. Chagas Freitas garante que decidiu escrever esta obra, que usa as trocas de mensagens entre um casal para revelar a sua história, os seus desejos mais secretos, “como uma reação imediata à ideia de que devemos sempre expressar o que sentimos, sejam as coisas negativas ou positivas”.
Segundo o autor, esta é “uma história de amor que tem de tudo, menos o facto de
ser cor-de-rosa, o contrário de um conto de fadas, com muitos altos e baixos. É a história narrada a duas vozes de um casal e de tudo o que os une e de o que os separa. Uma montanha-russa de emoções”, sintetiza. Nesta narrativa, o escritor confessa ter-se forçado a virar os estereótipos de pernas para o ar e por isso nos apresenta “um homem que é politicamente correto e muito
sensível”, assumindo com um sorriso que
“os homens não são todos brutos”. E tudo isto em contraponto com a facto de a mulher desta história ser “bastante pragmática”.
Numa época de imediatismo, o escritor confessa que encontrou novas fórmulas de comunicar e defende que isso nem sempre é mau: “Antigamente tínhamos a carta e as pessoas namoravam ou comunicavam através de carta. Hoje o processo é muito mais curto e imediato, mas o que é comum é a necessidade de o ser humano usar as palavras. E as palavras têm um poder enorme.”