TV Guia

“Governo sem TOMATES”

O cozinheiro que veio do Leste e se tornou famoso com o programa Pesadelo na Cozinha, da TVI, decidiu fechar os seus restaurant­es por causa da pandemia e reconhece não saber como vai pagar ordenados a 80 famílias

- TEXTO JOÃO BÉNARD GARCIA I FOTOS INSTAGRAM E FABRICE DEMOULIN

Ljubomir Stanisic deu uma entrevista à TVI a anunciar que decidiu encerrar os seus dois restaurant­es “sem qualquer apoio do Governo, por uma questão de responsabi­lidade e de saúde pública” e a acusar os governante­s de inação: “Estamos a fechar porque o Governo não tem tomates para tomar a decisão de fechar os restaurant­es. Se eles não têm tomates, nós temos. O nosso tempo de restauraçã­o está péssimo. Aproximam-se tempos difíceis.”

O polémico chef do programa Pesadelo na Cozinha, da estação de Queluz de Baixo, assume que “quebras todos estamos a sentir

no setor, com quebras de reservas”. “Neste momento, estou-me nas tintas, e creio que toda a restauraçã­o, para os turistas. O importante é a saúde pública.”

O jugoslavo, que é do sócio do 100 Maneiras e Bistrô 100 Maneiras, ambos em Lisboa, no bairro do Chiado, garante que “apesar da quebra de clientela ser grave, neste momento, o que não conta é o dinheiro” e reitera ser mais importante “a saúde pública”.

O CAOS DE ITÁLIA E O EXEMPLO DE MACAU

O conhecido cozinheiro relembra os erros que um determinad­o país da Europa cometeu e elogia as medidas preventiva­s de

uma região asiática. “Temos um péssimo exemplo, a Itália, e um ótimo exemplo, que é Macau. Suponho que o nosso Governo não tenha tomates para assumir soluções de fechar como em Macau e lamento que tenhamos de ser nós, os empresário­s, a tomar esta atitude”, insistiu. Ljubomir Stanisic diz que não sabe ainda como sobreviver­á a esta crise: “Não sei como vou pagar ordenados a 80 famílias. Prefiro proteger a saúde deles. Já sobrevivi a balas mais fortes e a chumbos mais pesados do que a Covid-19 e por isso vou sobreviver. Desde que o Governo não deixe este País ir abaixo.” 

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Ljubomir tomou a decisão de fechar por completo os seus restaurant­es. “Que se lixe o dinheiro”, defende.

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