RESISTIR! Resistir!
Quem alegremente recebeu a notícia da quarentena voluntária, quem a desejou como se fosse a salvação da epidemia de coronavírus, não previa, devido á expetativa de passar duas semanas em casa, os efeitos de tal medida. O mesmo se vai passar por todos aqueles que pedem o estado de emergência. A solidão ainda vai ser mais dura.
Costumava propor aos meus alunos, sobretudo aos mais radicais que exigiam aumento dos anos de prisão ou, até, a prisão perpétua, que fizessem um exercício. Fecharem-se voluntariamente em casa durante quinze dias. Não era numa cela. Instalar-se-iam em casa, com direito à comida que entendessem, a dormir as horas que quisessem, a ler jornais, ver televisão e por aí adiante. A única limitação seria estar fechado. Alguns fizeram a experiência. Nenhum deles a conseguiu cumprir até ao fim. A solidão, o aumento crescente do stress, o aumento da angústia, da impaciência, os primeiros sinais de depressão punham fim a essa reclusão voluntária.
A verdade é que esta primeira quarentena é o princípio de mais períodos de quarentena voluntária, ou em estado de emergência, obrigatória. Ninguém duvide que com o crescimento dos casos de infetados, a multiplicação de casos suspeitos, vamos ter de viver durante largo período nestas condições próximas da sobrevivência. Não há volta a dar a este pesadelo que nos entrou pelo País e que percorre o Mundo.
Permitam-me, pois, alguns conselhos para aplacar os sinais de saturação que já se percebem, quer nas redes sociais quer nas relações pessoais. Crie rotinas com o incremento de novas ações na sua casa, com horários disciplinados. Aproveite para ler. Ler livros, ver filmes ajuda a passar o tempo e afasta angústias.. Aproveitar as redes sociais para não perder os contactos com outros familiares e amigos. Se tem filhos pequenos a situação torna-se mais complicada. Invente jogos, brinque com eles. Faça exercícios com a família.
É preciso resistir. Saber ficar em casa. Lavar as mãos. Vencer este vírus com paciência.