E QUE VENHA 2021!
Não se pense que 2020 foi um ano perdido em termos de televisão e que esta sofreu com a pandemia. Longe disso. Sofreu, sim, mas na forma como os produtos tiveram de passar a ser produzidos, de vez em quando interrompidos, inovados... não na diversidade, criatividade e forma como chegaram a públicos cada vez mais exigentes e alargados. Este “sofá” não serve para repetir aquilo que o leitor pode encontr ar na eleição – este ano mais abrangente e com novas categorias – dos Melhores de 2020, onde analisamos informação, entretenimento e ficção. Aqui olhamos para trás, para o que foi este movimentado e inimaginável ano de 2020 e tentamos perceber o que poderá estar a desenhar-se para este longo inverno.
Vejamos: 2021 arranca cheio de novidades nos canais generalistas privados. Novas manhãs e tardes na TVI, com trocas de “rostos” na apresentação e um Big Brother ‘mix’, com uma parelha de apresentadores. Com tantas mudanças às quais se acrescenta a estreia de um concurso, formato internacional de sucesso, a TVI pretende atacar a liderança da SIC com vista a obter resultados rápidos. Como responde a SIC? Além dos canais temáticos pagos, em plataforma streaming, já anunciados, aposta na “diferença”: vem aí Ljubomir Stanisic, Bruno Nogueira, continua Ricardo Araújo Pereira... e uma novela, pronta a estrear, com atores portugueses que nos habituámos a ver em produções da Globo. Vem aí mais ficção – mas para passar (também) no streaming da OPTO – como é o caso do sucesso do passado fim de semana, emitido em horário nobre da generalista, Esperança.
Neste cenário no qual as águas se começam, finalmente, a dividir graças às opções claras das duas concorrentes, é bem possível que a TVI recupere a liderança, se olharmos para o seu conteúdo mais popular. Ou não. Pode ser que a SIC aguente o ataque. Porquê? Porque o público mudou. Cansou e quer ser surpreendido. O melhor exemplo? Esperança, da qual já falámos: cuidado de produção, guião e interpretação. Venceu um formato programa que há uns anos seria líder óbvio. Atenção às tendências. Elas mudam como as estações.