TV Guia

O SEU A SEU DONO, EM FIM DE ANO ATÍPICO

- POR LUÍSA JEREMIAS DIRETORA DA TV GUIA

No passado domingo assisti, como sempre, à gala Big Brother. E enquanto via Teresa Guilherme, na sua saia e camisa (pareceu-me duas peças e não vestido), ainda em estilo de Natal, pensava... de facto, passaram 20 anos desde o primeiro Big Brother, que mudou para sempre a televisão como a conhecíamo­s. Duas décadas depois, Teresa continua igual a si própria, com a sua gargalhada tão fácil como a lágrima, com os seus textos cheios de brincadeir­as, com o seu estilo emotivo de falar com os concorrent­es. Quando regressou ao ecrã, a “rainha dos reality shows” foi alvo de críticas e comentário­s. A razão era simples: o público adora sangue novo, que lhe dê o que falar, o que comparar. Cláudio Ramos correu bem na apresentaç­ão do programa num momento em que era necessário mostrar diferença. Ele conseguiu. Mas vamos ser sinceros: Teresa é única no que faz. Não é melhor nem pior. Não é comparável. É “A” Teresa Guilherme. E só isso lhe basta. Não precisa de agradecer a ninguém estar ali. Porque aquele lugar foi conquistad­o a pulso, com aclamação de resultados, ao longo dos anos em que o ocupou. É seu. E continuará sempre a ser seu, venha Cláudio, venha Pipoca, venha quem vier. Cada um tem uma personalid­ade própria, mostra (belos) resultados. Mas Teresa é Teresa. Como Goucha é Goucha. Incomparáv­el. Como, noutra área, Ruy de Carvalho é Ruy de

Carvalho.

A televisão é cruel com a idade. Seja de mulheres ou de homens. Portugal respeita pouco o conhecimen­to acumulado, o saber, a experiênci­a. Portugal esquece, chuta para canto, diz até mal, troca facilmente pela novidade que, tantas vezes, poucas provas deu de “valer a pena”. Se calhar é por isso que há tantos divórcios por aqui: porque não se valoriza o que já se conhece e se provou ser bom. Eu, que gosto de bons romances e acredito em casamentos felizes, daqueles que passam por crises mas dão lugar a segundas e terceiras oportunida­des – porque a isso se chama viver –, aqui deixo um aplauso neste final de ano atípico a Teresa, a Goucha e outros que “são” A televisão neste País. Feliz 2021. Justo e competente.

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