ESTRELAS DA TARDE
1. Emocionado com uma história dramática de um casal que perdeu tudo num incêndio, no dia de Natal, contada por Patrícia e Sérgio, no novo programa de Cláudio Ramos e Maria Botelho Moniz na TVI, Manuel Luís Goucha entrou em direto, ao telefone, e prometeu dar-lhes 35 mil euros para os ajudar a (re)construir a casa. Os apresentadores choraram, os convidados também, e muitos em casa, certamente, deixaram cair lágrimas pelo rosto abaixo. Isto foi de manhã, na estreia do Dois às 10.
À tarde, na SIC, Júlia Pinheiro recebeu no estúdio o filho mais velho de Pedro Lima. “É um choque e um trauma muito forte. Se estou bem? Não estou, como é óbvio. E sinto-me bem em não estar. Estou triste, tenho um sentimento de falta muito grande, saudades. Mas continuo a tentar fazer o meu caminho”, confessou o João, de 22 anos, que é acompanhado semanalmente por uma psicóloga, tal como os quatro irmãos. Mais emoção, mais lágrimas. O ano começou agora, e estes são apenas dois exemplos da estratégia que as duas estações vão utilizar em 2021. Quem vai ganhar a guerra? Não sei, mas que vai ser travada bala a bala, nas trincheiras, isso vai.
2. Conheci Carlos do Carmo num espetáculo que deu no início da década de 80, no pavilhão da Académica da Amadora, lotado com milhares de pessoas. No final, ao colo do meu pai, ofereci-lhe um cravo. Vi-o cantar depois mais vezes. Mas foi aquele que me marcou. Em 2002, a propósito do seu novo disco, Nove Fados e Uma Canção de Amor, João Gobern pediu-me para ir entrevistar este nome maior da nossa cultura a sua casa, na Av. dos EUA, em Lisboa. Fui recebido pela sua mulher, Maria Judite, que me levou até ele, na sala. Contei-lhe o episódio da Amadora, como um dos seus putos, e acabámos a sorrir. Logo nas primeiras perguntas, falei-lhe em Ary dos Santos e nunca mais me esqueci das suas palavras. “Eh, pá, não me comece já a fazer chorar...” Chorou. E foi uma entrevista do caraças… que terminou já quase à noite na varanda de sua casa. Obrigado, diretor, por me teres escolhido, entre tantos na redação, para ir no teu lugar. Obrigado, pai, por me ter ensinado a gostar de boa música. E obrigado, Carlos, por aquela tarde, a tarde mais longa de todas as tardes.