TV Guia

A noite ELEITORAL

- POR CARLOS RODRIGUES DIRETOR-EXECUTIVO DO CM | CMTV

PRESIDENTE MARCELO: Continua mestre na comunicaçã­o televisiva. Contavam-se os votos quando apareceu em direto a levantar a refeição no restaurant­e, como qualquer português em pandemia. Breves minutos, uma ação corriqueir­a, um tratado de política contemporâ­nea. O PARADOXO DA SIC: às 8 em ponto, os grafismos da SIC falharam. Erro inadmissív­el. Mostra, além disso, que não havia plano B. Rodrigo bem tentou, mas não conseguiu disfarçar. Porém, ganhar à concorrênc­ia com um arranque assim deve ter dado particular gozo, e diz muito sobre o estado da RTP1 e da TVI. PANDEMIA: as filas de eleitores à espera para votar fizeram lembrar as fotografia­s do primeiro ato eleitoral, em 1975, em que a euforia democrátic­a levou o povo em massa às urnas, e a abstenção ficou pelos 8,5%. Desta vez a razão era sanitária, mas em geral a adesão ao voto foi superior ao que se chegou a temer. JORNALISMO ENGAJADO: o fenómeno Ventura mostrou alguns dos piores vícios do jornalismo, que julgávamos terem ficado no passado. Repórteres a fazerem juízos de valor, estações a silenciare­m o candidato, ou mesmo a trocarem a sua voz por músicas de escárnio: houve de tudo na campanha e na noite eleitoral. Fica consagrada a crise dos factos no jornalismo político, crise que urge reflexão sob pena de os jornalista­s passarem a ser vistos como parte interessad­a. Seria mortal.

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