“Sou um homem DIFERENTE”
Após quase dez anos longe de Portugal, ator voltou para encabeçar o elenco da novela da SIC, Amor Amor. Pelo caminho foi apanhado pela Covid-19, mas o que o mudou mesmo foi a chegada de José Francisco
ACovid-19 e a insistência de Daniel Oliveira, diretor de Programas da SIC, foram as razões que levaram Paulo Rocha a fazer parte da novela Amor Amor. “Desde que ele assumiu as funções que tem hoje, que simpaticamente me ia convidando. Um ano antes desta novela ter começado a ser gravada, já o tinha feito, mas, na altura, tinha sido impraticável. Mas o Daniel deixou sempre a porta aberta… e acabou por acontecer”, revela o ator à TV Guia. E a pandemia também ajudou a deixar o Brasil. “Na altura, tinha acabado de gravar o Éramos 6 e íamos começar outra novela, mas explodiu a pandemia, tudo parou e, como já tinha havido este convite, resolvi aceitar”, explica. Com ele veio a mulher, a brasileira Juliana, e o filho, José Francisco, que entretanto já foram algumas vezes ao Rio de Janeiro, onde têm casa. A mudança, porém, acabou por ser mais fácil do que pensava. “A minha família tem muitos laços com Portugal, tanto que tenho casa cá. A parte logística foi-se tentando gerir, mas até agora não houve qualquer transtorno. Quando há vontade e disposição, relativizam-se os problemas”, garante Paulo Rocha. Não houve medo em relação à falta de adaptação de José Francisco, d 2 anos, a Lisboa porque o menino, desde que nasceu, já viveu “em várias casas”, conta o ator. “A nossa, depois com a pandemia, na serra, com os meus sogros e agora Portugal… depois Brasil novamente. Por isso, ele não estranha este vaivém.” Com 43 anos, Paulo Rocha está a amar ser pai, apesar de todos os “avisos” que os amigos que lhe iam fazendo. “No início, pensava muito no que ia perder, nas noites que ia ter sem dormir, como ia mudar toda a minha vida e que não ia descansar até ele ter 18 anos”, conta, a rir. “Mas quando o colocaram nos meus braços tudo mudou. O amor, de facto, é uma força incontrolável. As noites são, de facto, muitas sem dormir, mas deixei todas as outras preocupações. Posso dizer
que ser pai me transformou totalmente. E adoro…”, confessa a estrela da SIC, acrescentando: “No início, dói e é assustador, porque ele era tão pequenino, mas depois é o instinto. Acho que com isto tudo sou um homem diferente.”
PAPEL À SUA MEDIDA
Daniel Oliveira convenceu-o a voltar, mas este regresso a terras lusas será de curta duração, como de resto já havia revelado à TV Guia, pois pretende fazer este trabalho e voltar àquilo que hoje chama de casa, do outro lado do Atlântico: “Neste momento, até lá está a minha família.” Contudo, adorou abraçar esta personagem que foi reescrita para si. “O papel do Bruno era para ser mais pequeno, com outros contornos, mas foi adaptado e está a ser um regresso fabuloso.” O mais engraçado é trabalhar com Mariana Pacheco, com quem não estava há mais de 15 anos. “Quando fizemos os Morangos [com Açúcar], em 2005, ela era uma miudinha, pequenina, e agora é uma mulher. É muito engraçado trabalhar com ela e com todos estes colegas, alguns que não via há muitos anos. Está a ser uma ótima experiência”, assegura. A única coisa que não teve qualquer piada foi ter sido apanhado pela Covid-19. “Não tinha nem tenho medo de gravar. É tudo feito com o máximo cuidado, mas aconteceu. Fui apanhado pelo vírus, fora daqui. Felizmente, foi rápido e quase não tive sintomas”, relembra. “Tive dois dias de dores no corpo, que foram curadas ao fim de 48 horas, com Ben-U-Ron, perdi um dia ou dois o cheiro, e tive tosse muito aborrecida, que felizmente acabou por passar”, reforça o ator, que tinha especialmente medo de transmitir a doença à família: “Sentia-me angustiado.” Todavia, e com os sintomas a passarem com relativa rapidez, Paulo Rocha diz que o pior foi mesmo a espera: “Ao fim de quatro dias, estava cansado de não fazer nada, de estar em casa. Felizmente, o negativo veio depressa. Não sabia que estar em casa custava tanto.”