TV Guia

Despedida SOLITÁRIA

Elogiado por ir trabalhar no dia em que o progenitor faleceu, o apresentad­or da RTP lamentou a forma como teve de realizar no sábado o funeral de Albano Fialho, vítima da Covid-19 aos 96 anos

- TEXTO JOÃO BÉNARD GARCIA | FOTOS INSTAGRAM

Jorge Gabriel despediu-se pela última vez do pai, Albano Fialho, que faleceu no dia 19, vítima de Covid-19, no hospital Amadora-Sintra, onde estava internado, aos 96 anos. O funeral decorreu este sábado, dia 23, e Jorge Gabriel fez um relato emocionado do momento que não esteve, nas suas palavras, nem perto de uma cerimónia que o progenitor merecia. “Cinco dias após partir consegui cruzar-me pela última vez com o corpo do Sr. Albano. Nunca lhe poderei chamar cerimónia. Cinco minutos talvez. Entre chegar o carro funerário, retirar as flores, e seguir para o crematório tudo se desenrola num ápice. Normas Covid...”, escreveu com mágoa na legenda de uma fotografia onde mostra o pai, partilhand­o ainda: “Permitam-me que destaque a mensagem da psicóloga do lar: ‘Sempre atrasado para o almoço e com ânsias de vitória! Sempre cordial e cavalheiro, conhecedor e perspicaz, o senhor Albano ficará para sempre nos nossos corações.’ Este era o meu pai. Amo-te.”

HOMENAGEM AO SEU “GUIA”

Ainda antes do Natal o apresentad­or da RTP contava à TV Guia, os cuidados que tinha com o pai e relatava a sua lucidez: “Mais do que se preocupar com o vírus desgraçado que está a matar pessoas, ele está preocupado com a economia e os desemprega­dos.” Jorge fez-lhe duas homenagens. Primeiro não deixou de apresentar a Praça da Alegria; segundo, fez-lhe um rasgado elogio de despedida. “Integro, idóneo, zelador incansável do erário público, e eterno estudioso, deixa-nos um legado jubiloso. Será sempre meu guia, a minha voz da consciênci­a”, reforçou, acrescenta­ndo: “Obrigado pai. Vai lá ter com a mãe.”

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Enquanto esperava que as autoridade­s libertasse­m o corpo do pai para o funeral, Jorge Gabriel continuou a trabalhar.
Em maio, Jorge, a irmã e o filho conseguira­m visitar Albano no lar da Amadora, onde era acarinhado. Enquanto esperava que as autoridade­s libertasse­m o corpo do pai para o funeral, Jorge Gabriel continuou a trabalhar.
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