“TERMINEI!”
As fãs já lhe afirmaram que se sentem “órfãs” e “magoadas”. O cantor de 76 anos explica que não é “de ferro” e que a decisão de abandonar os palcos é irreversível. E jura ainda que “estava na hora” de dizer adeus
Marco Paulo, de 76 anos, despede-se dos palcos, a partir de 31 de dezembro de 2023. O cantor romântico escolheu o programa Alô, Portugal, da SIC, para anunciar, visivelmente emocionado, chorando mesmo em direto, que deixa o mundo artístico e os espetáculos ao vivo: “Minhas amigas e meus amigos. Portugal. Foram 55 anos de carreira. Gostava de transmitir a todos, de partilhar com vocês, que são a razão da minha vida, que, dentro de dois anos, me vou despedir dos palcos. Vou fazer alguns discos e alguns concertos, se tiver vontade, mas a minha atividade, a lufa-lufa dos últimos anos vai terminar. Estou quase a chorar porque não sei como vou dizer: terminei! Será um dia muito especial, mas também muito triste para mim.” Os últimos anos, recorde-se, não têm sido fáceis em matéria de saúde para Marco Paulo: depois de uma tromboflebite, que o afastou dos concertos, o artista descobriu padecer de um cancro da mama, facto que o obrigou, pela segunda vez, a combater e a vencer um carcinoma.
“NÃO VIRO AS COSTAS A NINGUÉM”
Ao jornal Correio da Manhã, o intérprete de sucessos como Eu Tenho Dois Amores e Morena, Morenita revelou estar a receber “mensagens de fãs tristes, magoadas”, que lhe dizem que “vão ficar órfãs”. Só que Marco Paulo pede compreensão: “Não estou a virar as costas a ninguém. Simplesmente, não sou de ferro e estava na hora.” À mesma publicação, o artista esclarece as razões do adeus aos palcos e ao convívio com as milhares de fãs: “Não sou nenhum super-herói. Vou deixar de andar para baixo e para cima em viagens, a fazer três, quatro e cinco concertos seguidos. É uma vida muito dura, que não deixa horas certas para comer, para dormir ou regressar a casa, porque os concertos acabam tarde.” Apesar de ter anunciado o fim da carreira nos palcos, Marco Paulo não descarta a possibilidade de gravar novas músicas e discos ou até de dar concertos pontuais em grandes salas, se sentir vontade. Quanto ao embate da saída, também já pensou como o superará: “Provavelmente, vou procurar uma psicóloga que me ajude a preparar a minha saída de cena.”