CUIDADO COM O RELES
Cristina Ferreira assumiu oficialmente os destinos do entretenimento e da ficção da TVI em 1 de setembro de 2020 e, para o bem e para o mal, é responsável por tudo o que se passa nestas duas áreas da estação. Se, na semana passada, a ilibei das imagens de sexo explícito entre dois concorrentes do Big Brother que acabaram ilicitamente na Internet, desta vez, já depois de um “cromo” ter feito uma saudação nazi dentro da casa, não tem desculpa com o que aconteceu no domingo à noite, em direto, no reality show: insultos de uma velha e conhecida jogadora a uma comentadora, como “não passas de uma asquerosa”.
Exigindo um pedido de desculpas de Teresa Silva, Ana Garcia Martins ameaçou sair. “Não vou, de todo, sujeitar-me a isto.” Com um intervalo metido à pressão para apagar mais este fogo, com Cláudio Ramos e Teresa Guilherme aos papéis, o Big acabou por expulsar a dita senhora, mãe de um tal Tierry. E onde é que entra aqui Cristina? Se manda em Queluz de Baixo, e manda muito, não pode permitir que isto aconteça. Até porque, um dia, a gasolina que andam a pôr insistentemente na Ericeira pode acabar numa tragédia. Não faltam (maus) exemplos. Um deles diz respeito à ameaça de morte a Ana Garcia Martins, no dia seguinte à polémica com Teresa
Silva. “Pipoca, ficas avisada. Por tua causa, vou passar 10 anos na prisão, ou mais, mas não me importo porque vai valer a pena o que te vou fazer. Depois do que fizeste ontem com a Teresa, podes ter a certeza de que te vou apanhar, ou na tua casa, ou a sair da TVI, ou na Ericeira, e vou-te dar um tiro na cabeça. Depois, vou chamar a PJ e vou entregar-me.
Nem sabes o que te espera. Quando menos esperares, vou-te assassinar”, escreveu um internauta que assina como Aguiar André.
Chegámos a este ponto. E Cristina Ferreira, que trava uma batalha na Justiça para acabar com as ofensas nas redes sociais – e bem –, deixa que o BB continue a promover e a alimentar o pior do ser humano? Não é assim que se faz uma TVI de sucesso. Pior do que misturar programas populares com uma informação elitista é deixar que o popular se torne em reles. Cuidado, a fronteira nesta matéria é muito ténue.