Não podemos DESISTIR
Da nossa Varanda vemos mais do que víamos. Ou reparamos, mais do que nunca, em todos os detalhes. Ela deixou de ser apenas o nosso olhar para o que está lá fora. Hoje, é por ali que sentimos tudo: amor e desamor, tristeza, felicidade e melancolia, anseios, dúvidas, mas, acima de tudo, saudades de tudo o que fazíamos, de toda a nossa liberdade de afetos e emoções intuitivas, sem medo de que elas e os seus contactos pudessem pôr em causa vidas humanas! A nossa Varanda diz-nos tudo sobre o mundo, hoje em dia, sem sabermos o que está por vir, mas sempre na esperança de que seja bom. Não está fácil acreditar no futuro, mas, de forma alguma, podemos deixar de pensar que ele será melhor, pois a esperança de que tudo acabe é total. Mas o que seremos daqui para a frente? E que Mundo vamos encontrar? Será muito diferente depois? O que, de facto, vamos poder esperar dele? Temos assistido a tantas opiniões sobre o que virá, temos lido tantos artigos e visto tantas notícias sobre as diferentes possibilidades que nos esperam... que vamos acreditar em quais? Ou até mesmo o que seria, de verdade, o nosso desejo? Todos temos cada vez mais dúvidas e menos certezas, até porque este tempo de pandemia deixou-nos a pensar em nós, nos outros e em tudo, o que éramos, o que somos e o que seremos no futuro... Mundo louco, este, cheio de viagens virtuais, com pouca cor e forma, tão longe de nós, da nossa essência, mas, ao mesmo tempo, são elas que nos fazem ficar próximos de algo. Acredito que esta viagem estranha que fomos obrigados a fazer vai deixar marcas muito fortes e, por vezes, irreparáveis, marcas essas físicas, psíquicas e emocionais, mas não podemos desistir de nós, nem de ninguém. Devemos, sim, ter um olhar mais sincero e verdadeiro sobre o que nos rodeia, sobre o que é importante na vida. Vida... Vidas sinceras com mais amor, mais felicidade, mais esperança, mais afetos e, se possível, mais humanidade. Deixo aqui, por isso, um abraço sentido e forte para todos, daqueles mesmo apertados!