Pressão e DITADURA
“Comentários desagradáveis” e “atitudes menos boas” serão alimentadas pelo chef jugoslavo para “desestabilizar e magoar concorrentes” e tornar o reality da SIC “mais suculento”. Amigo conta tudo à TV Guia GRITARIA À MODA ANTIGA
Numa semana em que os concorrentes do Hell’s Kitchen, da SIC, cometeram erros crassos no serviço da cozinha, a fava da expulsão saiu a Rafael Ribeiro, de 20 anos, o cozinheiro que veio de Loures. Proibidos, por força de um contrato com cláusulas leoninas, de prestar declarações sobre o conteúdo do reality, com risco de pesadas multas, como aconteceu com formatos anteriores da estação, como Casados à Primeira Vista ou Quem Quer Namorar com o Agricultor?, o jovem cozinheiro, depois de contactado pela TV Guia, declinou prestar quaisquer declarações. Rafael não pode falar com a imprensa, mas revelou ao seu melhor amigo de infância como se sentiu mal durante as gravações do programa, qual foi o seu estado de espírito no momento da expulsão e confessou-lhe também o que pensa sobre Ljubomir Stanisic. O amigo e ex-colega de escola do ex-concorrente relatou, em exclusivo, à TV Guia o que escutou da sua boca e parte a loiça toda. “O Rafael já estava superdesmotivado quando chegou ao episódio em que saiu. Já não estava a encaixar certas coisas que se estavam a passar ali”, avança, explicitando quais foram as queixas do cozinheiro: “Houve comentários desagradáveis e atitudes menos boas do chef Ljubomir que visavam apenas desestabilizar e magoar os concorrentes. As pessoas vão para ali para mostrar que sabem cozinhar, não para serem psicologicamente afetadas e fragilizadas, só para se fazer um programa mais suculento.” Questionado sobre se viu Rafael Ribeiro chorar à sua frente em casa, longe das câmaras, o amigo de infância respondeu: “Ele em casa não chorou, mas pediu-nos desculpa por ter chorado no programa e explicou-nos como se sentiu: ‘Larguei aquelas lágrimas porque senti um grande alívio. Sei que a cozinha é um local de pressão, mas aquilo foi insuportável’.” O ex-concorrente também confidenciou ao amigo o que pensa sobre Ljubomir e a sua atitude na cozinha para ter audiências. “Tem de haver pressão na cozinha. Erros, toda a gente os comete. Agora aquela postura de gritos constantes, de chefs que batem nos subordinados ou nas bancadas ou que estão constantemente a mandar-lhes bocas é uma cena da cozinha francesa de há 30 anos. Não sou cozinheiro, mas o Rafael garante-me que, hoje, o serviço nas cozinhas é tenso, mas mais civilizado, nada daquilo”, remata. Além das alegadas atitudes mais duras do chef Ljubo em Hell’s Kitchen, Rafael contou ao amigo que, para si, terá sido difícil
sobreviver à relação com os colegas da competição. “O Rafael disse-me que a produção foi espetacular, mas que, de dia para dia, as picardias entre os colegas cresciam e as pessoas estavam cada vez mais frustradas. Não se podia dizer nada. Não se podia discordar do chef. Ninguém podia ter opinião. E o Rafael diz que sentiu que as pessoas começaram a descarregar nos colegas. Que havia ali personalidades muito frias e competitivas e isso deteriorou relações.” A TV Guia quis também saber se o ex-concorrente comentou com o amigo se voltaria a concorrer, se soubesse que este era o ambiente, e este esclareceu: “Perguntei-lhe isso e ele disse-me que não voltava a entrar no programa.” Insistimos sobre quais as razões e disse: “A ficha caiu-lhe no momento da expulsão. Disse-me ter sentido que estava a largar um programa bom, uma oportunidade e experiência únicas na vida. Mas não conseguia ficar num lugar onde via pessoas serem levadas ao colo.”