TV Guia

“Há amizades que NUNCA MORREM”

Com apenas 10 e 13 anos juntaram-se no Coral Luísa Todi, na cidade do Sado, aquela que os viu nascer. Desde então, têm sido companheir­os de profissão e de vida. À TV Guia, os dois atores confidenci­am episódios de uma “aventura” feliz, marcada pela irrever

- TEXTO CAROLINA PINTO FERREIRA I FOTOS ARQUIVO PESSOAL E D.R.

Hoje, é quase impossível não soltar algumas gargalhada­s ao vermos Fernando Luís, de 60 anos, e Manuela Couto, 47, nas peles de Manuel e Carminho, em A Serra. O que muitos espectador­es não sabem é que a cumplicida­de dos atores não nasceu nos bastidores da novela da SIC, mas, sim, em Setúbal, como lhe contamos agora. Fernando Luís e Manuela Couto nasceram ambos na cidade do Sado e, em pouco tempo, a vida encarregou-se de pô-los no caminho um do outro. Numa conversa exclusiva com a TV Guia, a atriz revela quando os dois se conheceram e nunca mais se largaram: “Conhecemo-nos desde que eu tinha 10 anos e ele tinha uns 12 ou 13. Fui para o Coral Luísa Todi e ele já lá estava. Era tão novinho que ainda era soprano, depois é que passou para tenor… A seguir, ao mesmo tempo, começámos a cantar no coro da igreja e criámos um grupo de teatro.”

OS SUSTOS E AS VIAGENS DE COMBOIO

Mais tarde, embarcaram no TAS – o Teatro Animação de Setúbal –, onde já se mostravam completame­nte apaixonado­s pelo palco e pela arte de representa­r. “Entretanto, fizemos um espectácul­o em Lisboa, com o Fernando Gomes, e nunca mais fizemos teatro juntos.

Nunca mais, nestes anos todos”, diz. As recordaçõe­s são várias. Com um sorriso, Manuela Couto relembra um dos vários episódios que passaram juntos, por detrás do pano. “Temos muitas coisas em que nos divertimos muito. No TAS, tínhamos uma cena em que cantávamos os dois, e o Fernando tinha uma mudança de roupa rápida antes dessa cena. Escondia-me sempre atrás de uma cortina que havia lá e ele assustava-se sempre, porque achava que eu nunca estava lá. Fazíamos aquilo todas as noites…”

O ator também guarda com carinho muitas das memórias que os dois partilhara­m. Entre elas, as idas e vindas de comboio entre Lisboa e Setúbal. Quilómetro­s que os dois não se fartavam de fazer pelo sonho de traçar uma carreira no mundo da representa­ção. “Houve uma altura em que estávamos a ensaiar um espetáculo infantil em Lisboa. Nessa altura, ainda vivíamos em Setúbal e, por ser mais barato, o nosso transporte era o comboio. E ainda tínhamos de apanhar o Metro. Era uma estafa e quase todos os dias lançávamos as nossas pastas para o chão e ficávamos a vê-las deslizar e riamo-nos muito. Sempre nos rimos muito.”

SEMPRE CONFIDENTE­S

A nível profission­al seguiram o mesmo caminho, mas, com a azáfama do dia a dia, contam que, ao longo dos anos, nem sempre foram presentes na vida um do outro, mas sempre que se juntam é uma festa. Manuela Couto define a relação com Fernando Luís como uma amizade sem tabus. “Não temos aquela amizade de estarmos juntos muitas vezes, mas há sempre uma proximidad­e. Não estamos juntos durante meses, mas depois encontramo-nos e é como se tivéssemos estado na véspera. Há empatia e uma intimidade que não se perde. Há uma grande partilha. O Fernando é uma pessoa com quem falo sobre tudo da minha vida.”

Certo de que Manuela é uma amiga para o resto da vida, Fernando Luís sublinha: “Há amizades, por mais que estejamos separados, que nunca morrem. É este o caso!”

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Os atores caminharam lado a lado no sonho pela representa­ção. Continuam grandes amigos.
 ??  ?? Manuela Couto e Fernando Luís conheceram-se no Coral Luísa Todi e pertencera­m ao Teatro Animação de Setúbal, onde viveram grandes momentos juntos.
Manuela Couto e Fernando Luís conheceram-se no Coral Luísa Todi e pertencera­m ao Teatro Animação de Setúbal, onde viveram grandes momentos juntos.

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