VACINA e insegurança
Ainsegurança é um conceito que vulgarmente nos empurra para a ideia de crime. Num linguajar comum, um país inseguro é aquele que tem elevadas taxas de criminalidade. Porém, incorpora uma dimensão mais complexa. Significa uma atitude emocional de medo, de inquietação, perante riscos que põe em causa a vida. Vem esta introdução a propósito do triste espetáculo que a União Europeia tem vindo a dar a propósito da vacinação contra a Covid-19. Aplaudida por ter feito compras comuns para todos os Estados membros, rapidamente a situação evoluiu para a desilusão de que, afinal, os prometidos milhões de vacinas anunciadas, iriam chegar a conta-gotas. Como se não bastasse, alguns países levantaram desconfianças sobre a vacina da AstraZeneca e, de repente, como se não bastasse o medo da pandemia, gerou-se um estado de maior insegurança devido às reservas colocadas em relação à fiabilidade deste fármaco. Não admira, pois, a grande discussão pública que se tem gerado. Ainda na ressaca da última vaga que matou milhares e atirou com dezenas de milhares para os hospitais, o medo cresceu, a insegurança persiste quando se coloca a questão de ser vacinado. Deve dizer-se que este sentimento de insegurança é alimentado por ondas de alarme provocadas por opiniões avulso, a maioria sem qualquer qualificação biomédica, a que se adiciona a ansiedade por saber se e quando vamos ser todos vacinados. É necessário fazer recuar este sentimento de temor. As mais importantes autoridades de saúde mundiais e europeias garantem uma certeza: Não tomar a vacina representa risco de ser infetado. A sua administração, nem de perto, nem de longe apresenta tal perigo. Acresce que o correr dos dias revela que, conforme aumenta a vacinação em massa, reduz os números de mortos e os internados. É certo que a insegurança não se extingue de um dia para o outro. Mas é evidente que quanto mais vacinados menor é a propagação da doença que há um ano nos atormenta.