TV Guia

Deixem a Liga em PAZ

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Ofutebol conseguiu sobreviver à pandemia. Não é certo que consiga resistir aos planos de redução do número de clubes na I Liga. Há um ano, a falta de público fez temer o pior. Porém, o recomeço das partidas manteve o auditório agarrado ao jogo. No caminho, ainda foi preciso resolver o problema televisivo dos estádios vazios. Os realizador­es tiveram de inventar soluções para os tempos mortos. Nasceu aí a sensação de indiscipli­na dos treinadore­s. Os bancos de suplentes aparecem mais vezes nos diretos. O que lá se passa fica mais exposto. Entre nós, a I Liga foi, durante meses, a única indústria de diversão a funcionar. E bem pujante, como prova a subida do futebol português no ranking europeu. Aqui chegados, causa enorme perplexida­de a proposta de redução das equipas no campeonato, ainda por cima quando é feita pela instituiçã­o que representa os clubes, ou seja, as entidades patronais. Reduzir o campeonato é um erro, destrói valor, vai provocar a quebra de receita televisiva e não traz ganho que se veja, porque segurament­e continuará a haver os mesmos três candidatos ao título. Quando as operadoras fizerem contas à vida, esperemos que a ideia morra de imediato, porque menos jogos significa naturalmen­te menos dinheiro. Para trás ficará unicamente a ideia de profunda irresponsa­bilidade da Liga de Clubes, capaz de fazer uma proposta destas numa altura em que o futebol português ainda não se salvou da ameaça de falência trazida pela Covid-19. Deixem a Liga em paz. Se não for para alterar profundame­nte o quadro competitiv­o, mantenham 18 clubes, 34 semanas de espetáculo. Menos do que isso é encolher o futebol.

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