A grande VENCEDORA
A “melhor cozinheira de Portugal” é uma rapariga simples que veio de uma aldeia perdida na Beira Baixa, que se apaixonou e casou com uma africana e foi vítima da pandemia de Covid-19, tendo perdido o emprego. No último duelo, baterá o minhoto “confiançudo
Francisca Aleixo Dias é a grande vencedora do Hell’s Kitchen, da SIC, apurou, em exclusivo, a TV Guia. Desempregada desde outubro de 2020, depois de liderar a equipa de ligação do Rossio Gastrobar, na cobertura do Hotel Altis, no centro da capital, a cozinheira de 29 anos que veio de Pereiro de Mação, na Beira Baixa, foi uma das muitas dezenas de milhares de pessoas que perderam o emprego na sequência da pandemia. André Figuinha, chefe de sala e sommelier responsável pelo restaurante Feitoria, que trabalhou diretamente com Francisca Dias nos dois espaços lisboetas, descreve-a como sendo “uma pessoa talhada para a cozinha, um verdadeiro furacão”. Mas não só: a vencedora da primeira edição portuguesa do Hell’s Kitchen tem mais virtudes. “A Francisca é uma excelente executante, muito focada, atenta e que gosta muito do serviço de sala, que aprecia os procedimentos e a organização. Essa atitude foi uma das razões pelas quais João Rodrigues [o chef executivo do grupo Altis] a escolheu para trabalhar no projeto do Rossio Gastrobar. A Francisca faz muito bem a ponte entre o serviço de cozinha e o de sala. Gosta de aprender e é uma verdadeira máquina a trabalhar”, elogia o ex-colega da nova “melhor cozinheira de Portugal”.
O PRÉMIO, O NEGÓCIO E AS PROPOSTAS
A ex-sous chef do Feitoria ganhou no Hell’s Kitchen um estágio no restaurante 100 Maneiras, o espaço de Ljubomir em Lisboa, e ainda um automóvel todo equipado que, apurámos, ainda está à espera de receber. A vitória de Francisca deverá abrir-lhe muitas portas, e é por isso que André Figuinha receia que a conquista do reality a afaste de um regresso ao seu antigo emprego. “Estamos a reabrir a atividade e uma das nossas preocupações será a de reintegrar antigos
colaboradores, que só saíram porque os hotéis estavam fechados”, recorda. Enquanto espera convites (e se mantém em total silêncio quanto à sua vitória), Francisca e a mulher, a contabilista Tânia Semedo, lançaram a Cisla Massala, uma marca com tradição lusitana e chama africana, o continente de origem da consorte da estrela SIC, que vende conservas exclusivas, temperos e molhos caseiros, que podem ser encomendados nas redes sociais. A morar na capital há quase 10 anos, após ter deixado a sua terra natal, a aldeia de Pereiro de Mação, Francisca formou-se em produção alimentar na Escola de Hotelaria do Estoril. A vencedora do programa – que na final bateu o outro favorito, Lucas – não esquece as suas raízes. Além de ajudar o pai, Raul Dias, na preparação das carnes do churrasco das festas de Pereiro de Mação, que já tiveram honras de destaque no jornal britânico The Guardian, Francisca distinguiu-se na cozinha de Ljubo, a ponto de este a ter colocado na equipa dos homens. Tal como afirmou à TV Guia Fátima Aleixo Dias, mãe da vencedora, Francisca “sempre gostou” de comer e de aprender. “Com 12 anos, já cozinhava para a família. Sempre foi muito curiosa e deu os primeiros passos na cozinha ao lado da avó Graça.”