CORRUPÇÃO e poder
Prisão Domiciliária é a nova aposta da OPTO, que narra a vida de Álvaro Vieira Branco, um ex-ministro que atua fora da lei. João Miguel Tavares diz à TV Guia que a história “não é um decalque da Operação Marquês”
Éno momento em que mais se voltou a falar de corrupção em Portugal – graças à decisão do juiz Ivo Rosa sobre os alegados crimes de José Sócrates – que estreia Prisão Domiciliária, na OPTO, plataforma de streaming da SIC. A série narra a vida de Álvaro Vieira Branco, protagonizado por Marco Delgado, um ex-ministro que é preso em casa, após ter sido denunciado anonimamente no âmbito do caso Marinada, relacionado com a construção de marinas fluviais no interior do País. Quem lê a sinopse da série rapidamente faz uma ligação à Operação Marquês, mas o autor, João Miguel Tavares, desmente que José Sócrates tenha sido a sua fonte de inspiração. “A ideia surgiu em TEXTO CAROLINA PINTO FERREIRA | FOTOS D.R. 2013 e Sócrates só foi preso em 2014. Confesso que na altura fui buscar mais exemplos ligados a pessoas como Duarte Lima ou Isaltino Morais do que propriamente ao ex-primeiro-ministro.” O ex-jornalista garante que o que o espectador vai assistir ao longo de oito episódios “não é um decalque da Operação Marquês”. “Aliás, era impossível fazê-lo. Não temos acesso a uma informação tão detalhada que nos permita fazer uma série com essa precisão acerca desse caso português.” O principal objetivo de João Miguel Tavares foi retratar “como funciona a cabeça de um político corrupto português, as implicações que tudo isso tem na sua casa, nas ligações com os outros”.
A VONTADE DE FAZER DIFERENTE
O comentador político confessa ainda estar bastante orgulhoso do produto final. “Há a ambição que as pessoas olhem para a televisão e digam que nunca viram nada assim. Acho que conseguimos esse feito!”