À GRANDE e à portuguesa “Consegui arranjar o mínimo indispensável”,
Cada episódio de Vento Norte cifra-se em 200 mil euros. Estação pública entrou com quase metade e duas câmaras minhotas pagaram o resto. revela Almeno Gonçalves
Asérie histórica Vento Norte, que a RTP1 estreou na quarta-feira, dia 14, custou dois milhões de euros. A revelação foi feita à TV Guia por Almeno Gonçalves, o ator e produtor de 61 anos, que explica como conseguiu pôr de pé um projeto desta envergadura. “Consegui arranjar o mínimo indispensável para produzir isto com qualidade.”
Os dois milhões de euros investidos estão divididos por dez episódios, tendo custado “cerca de 200 mil euros cada um”. “A RTP dá-nos mais ou menos 100 mil por episódio. O envolvimento das autarquias foi, e é, muito importante neste projeto”, explica Almeno Gonçalves. “Por um lado, damos visibilidade às terras e às suas histórias; e, por outro, conseguimos fazer ficção com mais qualidade. As pessoas não sabem, mas isto é caríssimo.”
Para este projeto, o autor e a sua produtora, a Recados do Mundo Filmes, conseguiram convencer as autarquias de Braga e de Arcos de Valdevez a investirem em Vento Norte, mesmo com a facilidade de “todos os décors serem naturais”. “Só para terem uma ideia, gastei mais num dia de filmagens em Lisboa do que numa semana em Arcos de Valdevez. Os guarda-roupas, o tempo… O João Cayatte [realizador] foi um herói e rodou a uma velocidade incrível.”
MARGARIDA CARPINTEIRO RENDIDA
O mentor desta série, que, entre amores e desamores, conta a nossa história num período compreendido entre a falsa “monarquia do Norte” e o golpe militar de 1926, que instalou uma ditadura em Portugal, revela ainda como uma das atrizes, das mais antigas e conceituadas, encarou este projeto. “A Margarida Carpinteiro tem 50 anos de carreira e acabou as filmagens a agradecer, dizendo que nunca tinha participado num projeto ‘tão bonito quanto este’. Quando se ouve isto da boca da Margarida Carpinteiro já se ganhou o dia”, diz Almeno Gonçalves.