TV Guia

AFINAL, O QUE OS DISTINGUE?

- POR LUÍSA JEREMIAS DIRETORA DA TV GUIA

Ponto de situação: Uma semana depois da estreia, Princípio, Meio e Fim, de Bruno Nogueira, perde quase metade dos espectador­es. É normal? É, se pensarmos no conceito do programa: ser sempre o mesmo formato, repetir sempre a mesma ideia, o mesmo cenário, os mesmos participan­tes, só mudando o guião e a interpreta­ção do mesmo. Mas é normal que isto aconteça com uma figura em quem foi depositada a tal confiança quase cega? Não. É evidente que não se pode perder metade de uma semana para a outra e achar que o investimen­to não tem nada a ver, o que importa é o buzz. É evidente que a SIC, enquanto canal generalist­a e comercial, não se pode dar a esse luxo (nem sequer e muito menos num programa emitido depois da meia-noite) e é óbvio que há ajustes a fazer, nem que seja em arestas que precisam de ser limadas (como provam algumas quedas severas nas audiências em momentos do programa). Não me cabe a mim fazer tratados sobre nada disso. É para tal que serve um diretor de Programas de uma estação, como é Daniel Oliveira, que também olha para as audiências e sabe que “repetições” podem dar origem a confusões, mesmo nos espectador­es mais inteligent­es. Como tal, não basta “querer e fazer” – como diz Nogueira – um programa como se deseja. É preciso sentido crítico ao olhar para ele, perceber como se pode melhorar e fazê-lo. Senão tudo se resume a palmadinha­s nas costas de amigos. E isso não é suficiente... parece-me. Entretanto...

Quase um mês depois de ter estreado o programa Cristina ComVida, preocupado – e muito – com audiências, com competitiv­idade e resultados, eis que o formato não dá mostras de captar mais público. Pelo contrário: marca passo, não descola.

Tal como acontece com o formato de Nogueira, mesmo quando se faz um programa porque

“se quer e se pode” é preciso ter o sentido crítico necessário para responder às questões que implicam “desinteres­se” do público e ter a capacidade de mudar, se tal for proveitoso. Neste caso, cabe à diretora de Programas Cristina tomar a decisão certa. Que só depende dela.

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